São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Assembléia de Deus vê pressão católica contra seu congresso

IGOR GIELOW
DA REPORTAGEM LOCAL

A Assembléia de Deus, maior igreja evangélica pentecostal do Brasil, criticou ontem o que classificou de "pressão católica" contra a realização de seu segundo congresso mundial em São Paulo.
O evento começou ontem às 19h, reunindo cerca de 30 mil pessoas segundo a Polícia Militar no ginásio e no estádio do Ibirapuera (zona sudoeste da capital).
"Graças a Deus estamos aqui, a despeito da pressão muito forte relativa à visita do papa João Paulo 2º. Agradecemos também ao STJ (Superior Tribunal de Justiça)", afirmou o organizador do encontro, pastor Joel Freire Costa, 38.
Ele se referia à decisão do STJ de anteontem que derrubou liminar concedida ao Aeroclube de São Paulo -que administra a pista do Campo de Marte (zona norte).
A liminar proibia o encerramento do congresso no local, que quer reunir 1 milhão de pessoas no domingo, alegando prejuízo aos usuários do campo de pouso.
Costa afirma que a visita papal da semana que vem foi orquestrada para abafar o evento evangélico. "Isso aqui está marcado desde setembro de 1994. Agora, a Igreja Católica está vendo a perda de seus fiéis e não por acaso o papa vem para cá nesta mesma época."
Mas o pastor nega que queira entrar em conflito com os católicos. "Nossa guerra é com o inferno. A Igreja Católica que dê uma mensagem de fé para seus fiéis", afirma.
A Folha apurou, junto a membros da Assembléia de Deus, que a igreja considerou fazer manifestações no Rio durante a visita papal caso o fim do evento no Campo de Marte continuasse proibido.
A ordem para acalmar os ânimos veio, segundo esses membros, do próprio presidente nacional da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, José Wellington Bezerra da Costa. Ontem ele abriu o congresso sem falar no assunto.

Texto Anterior: Decisão de d. Eugênio é criticada
Próximo Texto: Simulação da chegada de João Paulo 2º esvazia centro do Rio
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.