São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 1997
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Suzano teme que empresa barre parceria

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O grupo Suzano, um dos maiores do setor petroquímico, está negociando com a Petrobrás a formação de uma parceria para ampliação da Reduc (Refinaria Duque de Caxias), no Rio, e teme que a Odebrecht tenha poder de barrar esse negócio com base no contrato que assinou no último dia 12 com a estatal.
O contrato assinado pela Petrobrás com a OPP Petroquímica, do grupo Odebrecht, para a construção de um complexo petroquímico em Paulínia (SP), obriga a estatal a dar preferência à OPP na formação de qualquer nova parceria.
O contrato diz também que as partes contratantes "evitarão participar, isoladamente, de novos investimentos que sejam conflitantes" com o projeto que a Petrobrás e a OPP pretendem implementar.
O presidente da Petrobrás, Joel Mendes Rennó, disse à Folha que está negociando o projeto para a Reduc com o grupo Suzano sem nenhuma interferência da OPP.
Para Rennó, essa negociação é uma prova de que a estatal não irá submeter nenhum dos seus projetos de parcerias à Odebrecht, a não ser que o projeto seja também em Paulínia.
As negociações com a Suzano começaram em 28 de julho deste ano, quando o presidente do conselho de administração da Companhia Suzano de Papel e Celulose, Max Feffer, enviou correspondência à Petrobrás propondo a formação de parcerias para ampliações da Reduc e da Refinaria de São José dos Campos (SP).
O diretor da divisão petroquímica da Suzano, Armando Guedes, confirmou as negociações, mas disse que, como elas são anteriores ao contrato com a Odebrecht, ele teme que a concorrente possa barrar a evolução.
O interesse da Suzano, segundo Guedes, é ampliar a Reduc para servir de suporte à ampliação do pólo petroquímico do Rio.
A Suzano é acionista da Petroflex, produtora de borracha sintética localizada junto à Reduc, e é uma das três sócias na Rio Polímeros, empresa-base do futuro pólo do Rio.
Desde que foi divulgado o contrato Petrobrás-OPP, a Suzano vem liderando a oposição a ele.
Guedes disse que Rennó pode até interpretar o contrato de maneira diferente, mas como o texto não está de acordo com a visão do presidente da Petrobrás, ele teme que, mesmo as negociações Suzano-Petrobrás prosseguindo, elas possam ser obstruídas no futuro.
Petroleiros
A Federação Única dos Petroleiros anunciou ontem que vai entrar com representação na Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça pedindo abertura de inquérito administrativo para apurar o contrato Petrobrás-OPP.

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