São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Dono racha condomínio para alugar

SÉRGIO LÍRIO
DA REPORTAGEM LOCAL

A dificuldade em alugar imóveis, principalmente apartamentos, está levando imobiliárias e proprietários a oferecer os anéis para não perder os dedos.
Segundo pesquisa mensal do Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) em São Paulo, imobiliárias e proprietários estão oferecendo vários benefícios para conquistar inquilinos.
Em alguns casos, os proprietários estão assumindo o pagamento do condomínio -uma das principais causas da rejeição de um apartamento. Em outros, as imobiliárias abrem mão do primeiro mês de aluguel ou pagam a mudança do novo inquilino.
Mesmo com esse esforço, o número de imóveis alugados em agosto foi 3,99% menor que no mês de julho.
O índice de devolução de casas e apartamentos também continua crescendo. De acordo com a pesquisa, as imobiliárias receberam de volta 655 imóveis, cerca de 80% do que foi alugado no mês -826 unidades.
Como consequência, os preços estão caindo. Nos bairros nobres, como Higienópolis e Cidade Jardim, a redução no valor dos aluguéis em agosto chega a 17,71%.
No entanto, os índices de custo de vida mostram que ainda há muito espaço para redução nos preços. De acordo com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), os aluguéis subiram 578% desde o início do Plano Real, em julho de 94. No mesmo espaço de tempo, a inflação acumulada ficou em 65,86%.
Segundo o presidente do Creci, Roberto Capuano, os "benefícios" que estão sendo oferecidos aos inquilinos são uma forma de o mercado reconhecer essa necessidade de baixar os preços
"Houve uma euforia no início do Plano Real. Agora, as coisas estão se ajustando, mas os preços ainda podem cair uns 25%", diz.
Elisabete Lessa, diretora da imobiliária Selo, também vê espaço para novos ajustes nos preços.
Segundo ela, o aluguel de um apartamento de dois quartos no Limão, um dos bairros nos quais a Selo atua, sai hoje por cerca de R$ 500. No ano passado, custava R$ 600. Antes do Real, R$ 300.
Carta de crédito
As vendas de imóveis também foram menores em agosto. Caíram 3,55% em relação a julho.
O resultado trimestral, porém, é positivo. As imobiliárias venderam 18,79% mais unidades nos últimos três meses até agosto. As vendas por meio de carta de crédito cresceram 20%, o que, para Capuano, demonstra mais confiança nesse tipo de financiamento.

Texto Anterior: Suzano teme que empresa barre parceria
Próximo Texto: Senado pede investigação na Petrobrás
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.