São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 1997
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BJÖRK

ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA

Pronto. Chega às lojas brasileiras na quarta-feira o esperado terceiro disco da cantora Bjõrk. Aos 31 anos, a islandesa de olhos puxados e voz esquisita conseguiu feito raro.
Consegue agradar quem gosta de música pop bem feita; quem prefere experimentalismos vocais; quem gosta de música eletrônica intelectualizada; os amantes da imagem e da moda; fãs de dance music e frequentadores de pistas.
Personalidade carismática à toda prova, sintonia com o que de mais bacana se faz dentro de seu segmento, no novo "Homogenic" as coisas não são diferentes.
Basicamente o segredo do álbum é aquela frase clássica: não mexer em time que está ganhando. Bjõrk se cerca de colaboradores já conhecidos de seus trabalhos anteriores, que se movem agora em seu peculiar universo cada vez com mais intimidade.
Assim, estão de volta o produtor Mark Bell (do LFO, parceria que já data de 91); o brasileiro Eumir Deodato (de "Hyper Ballad", "You've Been Flirting Again" e a definitiva "Isobel"); a mesma dupla de engenheiros de som de "Post", seu segundo álbum, que vendeu 4 milhões de cópias em todo o mundo).
Aquele que se comenta ser seu atual namorado, Howie B., é um dos mais talentosos produtores de sua geração, por sua vez lançando também seu segundo disco.
A diferença entre os dois álbuns anteriores é que "Homogenic" vem mais com as convicções de Bjõrk e com sua nova cara como artista. Ele se mostra mais orientado pelas preferências musicais e pela inspiração vinda da cantora, especificamente sobre sua vida em sua terra natal, com vulcões e as luzes das cidades, por exemplo.
As canções seriam "geneticamente similares", homogêneas. Daí o nome do álbum.
Também na capa do disco, o designer Paul White, do estúdio de design Me Company (o mesmo que criou seu famoso logo com a letra B), chamou nomes de ponta da indústria da imagem.
São eles o fotógrafo inglês Nick Knight (leia mais sobre ele à página 16) e o estilista Alexander McQueen, novo darling da moda inglesa. Juntos criaram este look que é sofisticada mistura do que seria uma samurai japonesa com uma mulher-girafa, com a idéia de refletir o simbolismo do álbum.
"Aquele personagem não tem mais a ver comigo. Estou escrevendo canções totalmente diferentes agora. Eu avancei." É o que diz a cantora no material de divulgação do disco.
Suas novas músicas foram gravadas num estúdio montado numa casa no sul da Espanha e têm a participação de um octeto de cordas da Islândia. Também servem como embalagem para que Bjõrk se mostre uma cantora ainda mais consistente.
Mais melancólico, dramático e instrospectivo. Assim é o novo álbum que certamente agrada quem já gosta de Bjõrk. O apelo é irresistível. E a boa nova é: Bjõrk tem sua turnê no Brasil no começo do ano.

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