São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 1997
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O "warm-up" para 1998

CLÓVIS ROSSI

São Paulo - Toda a agitação dos últimos 30 e poucos dias em torno da sucessão presidencial tem por alvo, na verdade, o 3 de outubro deste ano e não o 4 de outubro de 1998, o dia da votação.
Como termina dia 3 o prazo para filiação partidária ou troca de partido, para quem quiser disputar eleição no ano que vem, todo mundo está tratando de assegurar um lugar no "grid" de largada. Mesmo aqueles que não pretendem de fato correr.
O aquecimento para 1998 está ficando mais ou menos assim:
1 - Itamar Franco entrará no PMDB, com a intenção de disputar a Presidência.
Se mantiver a disposição e obtiver a legenda, degola de uma só vez dois outros presidenciáveis, José Sarney e Ciro Gomes.
Sarney já deixou claro que não disputa com Itamar no PMDB. Ciro acha que Itamar tem mais condições do que ele próprio de empolgar o eleitorado como candidato de uma frente de centro-esquerda.
O problema de Itamar será o de convencer os peemedebistas de que é melhor ir com ele do que com Fernando Henrique Cardoso, com o qual uma baita fatia do PMDB sonha aliar-se;
2 - Ciro Gomes vai para o PPS, o partido dos comunistas reciclados. E fica esperando a costura da tal frente de centro-esquerda, pela qual gostaria de ser candidato, desde que Itamar não consiga convencer o PMDB.
Suspeito que há boas chances de a frente acabar sendo formada (sem o PT, que tende mesmo a cravar Luiz Inácio Lula da Silva).
Motivo: a política, como já dizia Magalhães Pinto, é como nuvem, que muda de forma a cada pouco. Na nuvem do momento, pelo menos tal como é vista por um punhado de caciques de centro-esquerda, está escrito que Lula não ganha de Fernando Henrique Cardoso nem que se vista de ouro e prata.
Melhor, então, procurar outro. O outro, por ora, é Ciro (ou Itamar).

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