São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 1997
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Agricultor antecipa compra de agrotóxico

DA REPORTAGEM LOCAL

As vendas de agrotóxicos registraram crescimento de 49% em agosto último, comparadas com as do mesmo período de 1996.
O segmento faturou US$ 167,275 milhões no mês passado.
Os dados constam de um levantamento realizado pelas empresas associadas à Andef (Associação Nacional de Defesa Vegetal).
Para o presidente da Andef, o engenheiro agrônomo Cristiano Walter Simon, o crescimento das vendas no mês passado mostra que o agricultor antecipou sua compra, com o objetivo de se preparar para a safra de verão.
Os fungicidas registraram a maior alta de vendas (54%), seguidos pelos herbicidas (48%) e pelos inseticidas (44%) no balanço de vendas de agosto último.
Segundo Simon, o desempenho das vendas desses produtos químicos é um reflexo do plantio de culturas como soja, milho, feijão, cana-de-açúcar, batata, algodão, café e citros, além de hortigranjeiros.
Já no balanço sobre as vendas realizadas no acumulado do ano, os inseticidas lideram com um crescimento de 35%, seguidos pelos fungicidas (33%) e pelos herbicidas (32%), de acordo com o levantamento da Andef.
Apesar de apresentar um crescimento de vendas de 26% no mês passado, os acaricidas acumulam queda de 8% nas vendas de janeiro a agosto, em comparação às do mesmo período de 96.
Simon diz que o recuo nas vendas de acaricidas ocorreu por causa do clima seco e quente no mês passado.
Racionalização
Para o professor de entomologia, Wilson Crocomo, 47, da Unesp, de Botucatu (225 km a noroeste de São Paulo), o uso de agrotóxicos poderia ser reduzido entre 20% e 30% se fosse racionalizado.
Uma das formas de racionalizar esse uso seria a aplicação de técnicas de manejo integrado de pragas, recomenda Crocomo.
"Ocorre o uso inadequado de alguns produtos, às vezes até desnecessário", diz o professor.
Ele afirma que o aumento de vendas desses produtos, porém, mostra o crescimento e o desenvolvimento de tecnologias da agricultura brasileira.
Além de mostrar, ainda na opinião do professor da Unesp, um aumento da área cultivada e da produtividade agrícola.

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