São Paulo, segunda-feira, 28 de dezembro de 1998 |
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Palmeiras desaloja Cruzeiro de QG FERNANDO MELLO FERNANDO MELLO; RODRIGO BERTOLOTTO
Para a terceira partida da decisão da Copa Mercosul, o Palmeiras tomou posse do centro de treinamento que o Cruzeiro utilizou como quartel-general em terras paulistas no final da temporada. O técnico palmeirense, Luiz Felipe Scolari, exigiu que a concentração para o último jogo da competição sul-americana fosse no Sportville, hotel especializado em receber esportistas, que fica em Barueri (Grande São Paulo). O local é de propriedade de José Roberto Guimarães, ex-técnico da seleção brasileira de vôlei. Desalojado, o Cruzeiro teve de se transferir para o hotel Santa Filomena, em Campo Limpo Paulista, cidade que fica a 45 km ao norte de São Paulo e a aproximadamente 70 km do Parque Antarctica, estádio que será o local da final. Apesar da distância, a delegação cruzeirense aprovou a estrutura do local. O Palmeiras tem optado por provocações contra o Cruzeiro. Um exemplo é usar seu segundo uniforme, de cor branca, obrigando o Cruzeiro a jogar de azul -há uma superstição no clube mineiro que o branco é vitória certa. "A camiseta branca do Palmeiras é linda, por que não usar?", ironiza Scolari. O treinador fala com mesmo entusiasmo do CT de Barueri. "Lá, se dorme tranquilo umas 10 horas, tem piscina térmica e um tratamento especial para o relaxamento muscular. É ideal para a recuperação física do time." Há razões para tanta preocupação. O zagueiro Cléber saiu do jogo de anteontem com dores na virilha direita e não deve jogar amanhã. Existem duas soluções possíveis: colocar o reserva Agnaldo ou recuar Roque Júnior e escalar Tiago ou Pedrinho no meio-campo. Outros lesionados, com menor gravidade, são o lateral Júnior, Júnior Baiano e Oséas. Uma inquietação a mais de Scolari é controlar a rotina de seus comandados. "Não posso deixar meus jogadores soltos por aí comendo e dormindo mal. Na concentração, se comportam direito." A concentração dos palmeirenses será de dois dias, enquanto o convencional é de apenas um. Torcedores E o técnico quer que a torcida compareça ao treino de hoje à tarde. "Tem muitos palmeirenses na região. Eles vão poder entrar." Scolari apontou a torcida como o principal fator para a vitória por 3 a 1 contra o Cruzeiro anteontem, em um Parque Antarctica lotado. "A torcida foi espetacular, ninguém acreditava naquilo. Foi difícil mesmo entrar no estádio. O pessoal gritava: 'É hoje. Vamos lá' O torcedor fez a diferença. Nossa única atitude seria entrar para ganhar", disse Scolari. Segundo ele, a principal atenção do time deve ser as finalizações, apesar de já não haver tempo para um treinamento específico nesse fundamento. "Agora é ter tranquilidade na hora de concluir." Tanto Palmeiras quanto Cruzeiro precisam vencer amanhã para levar o título da 1ª Copa Mercosul. Em caso de empate, a decisão será na cobrança de pênaltis. A mesma estratégia naufragou na partida de anteontem por causa do gol de Fábio Júnior aos 2min. O Parque Antarctica está confirmado como local da partida, apesar de ter capacidade inferior ao Pacaembu -29 mil contra 37 mil. "O Parque Antarctica é nossa casa, mas a diretoria é que decide onde vamos jogar. Não faço comentários sobre assuntos administrativos para não me complicar", define Scolari, que chegou a afirmar que as torcidas rivais deviam ser recebidas a garrafadas. Até as 19h de ontem, o clube não sabia se os ingressos começariam a ser vendidos hoje. Na última partida, a grande procura de entradas deixou cerca de 1.000 torcedores do lado de fora do Parque Antarctica, sem poder ver o jogo. Texto Anterior: Campeã quer o tri, e Tergat prevê fiasco Próximo Texto: Scolari rebate críticas rivais Índice |
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