São Paulo, sábado, 04 de abril de 2009

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crítica

Filme notável deveria abrir "caixa-preta"

SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA

"É o seu filme, não o meu", diz a diretora Helena Trestikova a René Plasil quando ele se oferece, em um de seus últimos encontros mediados por grades e registrados por câmeras, para responder a qualquer pergunta feita por ela. "(O filme) É seu, eu sou apenas um figurante", retruca o personagem.
A conversa não prossegue, mas deveria: se Trestikova acreditava que o longa realizado por ela ao longo de quase 20 anos era "de René", precisaria rever seus procedimentos. Da maneira como o desenvolveu, é um filme "sobre René", talvez feito "com René", mas nunca "de René".
Por mais que a atitude da cineasta diante dele seja sempre respeitosa, a organização do material -notável, de qualquer forma- respeita uma lógica conservadora que não abre a caixa-preta da realização ao público.
Não faria mal a "René", justamente por causa de suas circunstâncias incomuns, voltar um pouco a câmera para a equipe de filmagem e seus métodos.


Avaliação: bom


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