São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2004

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Público aprova nova vinheta do evento

IGOR RIBEIRO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Alguns preferiam o homem andando com seu cão saltitante. Outros citavam o elefante que sopra bolas. Foram muitas as opiniões do público sobre a vinheta da 28ª Mostra de Cinema -quase sempre favoráveis. A animação antecedeu a todas as sessões do evento, que termina sua programação normal hoje, e é baseada no manifesto lúdico e pacifista do diretor Amos Gitai, que estampa os pôsteres, catálogos e camisetas.
"Já vi mais de 40 sessões e ainda não enjoei", diz Leontina da Silva, 57, pedagoga. "É bem psicodélica", opina o estudante de direito João de Paula, 19. Entre as 12 pessoas entrevistadas pela Folha, apenas o gerente de marketing César Rua, 33, não gostou: "É muito primária, faltou ousar".
O responsável pela sua criação -e pelas quatro das mostras anteriores- é o designer gráfico Amir Admoni, com trilha, neste ano, do músico André Abujamra. "Gosto de ver a vinheta como mais uma manifestação artística dentro da Mostra", diz Admoni. "Fiquei emocionado de fazer esse trabalho", relata Abujamra.
O músico já tem uma carreira sólida em composição de trilhas para cinema. Admoni também tem um bom histórico autoral, com vinhetas produzidas para a MTV e para o Disney Channel. Esses profissionais, porém, são exceções, já que seus colegas, principalmente na arte gráfica, lidam mais com publicidade. O diretor de arte francês Laurent Cardon é um bom exemplo: "Fazia animações para longas antes de vir para o Brasil, há nove anos".
"Com as vinhetas, há mais liberdade do que na publicidade", afirma Jorge Alaniz, 30, editor de vídeo e autor das cinco últimas vinhetas do festival É Tudo Verdade e das edições 2003 e 2004 do Festival de Brasília. "Para fazer uma vinheta de festival, tenho que traduzir emoções- é muito mais motivante", diz Cardon.
São essas emoções que agradam aos freqüentadores de mostras como a atual? "A vinheta está próxima da mistura de paz e sonho que há na arte de Gitai, por isso satisfez o público", diz Admoni.


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