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Público aprova nova vinheta do evento
IGOR RIBEIRO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Alguns preferiam o homem andando com seu cão saltitante. Outros citavam o elefante que sopra
bolas. Foram muitas as opiniões
do público sobre a vinheta da 28ª
Mostra de Cinema -quase sempre favoráveis. A animação antecedeu a todas as sessões do evento, que termina sua programação
normal hoje, e é baseada no manifesto lúdico e pacifista do diretor
Amos Gitai, que estampa os pôsteres, catálogos e camisetas.
"Já vi mais de 40 sessões e ainda
não enjoei", diz Leontina da Silva,
57, pedagoga. "É bem psicodélica", opina o estudante de direito
João de Paula, 19. Entre as 12 pessoas entrevistadas pela Folha,
apenas o gerente de marketing
César Rua, 33, não gostou: "É
muito primária, faltou ousar".
O responsável pela sua criação
-e pelas quatro das mostras anteriores- é o designer gráfico
Amir Admoni, com trilha, neste
ano, do músico André Abujamra.
"Gosto de ver a vinheta como
mais uma manifestação artística
dentro da Mostra", diz Admoni.
"Fiquei emocionado de fazer esse
trabalho", relata Abujamra.
O músico já tem uma carreira
sólida em composição de trilhas
para cinema. Admoni também
tem um bom histórico autoral,
com vinhetas produzidas para a
MTV e para o Disney Channel.
Esses profissionais, porém, são
exceções, já que seus colegas,
principalmente na arte gráfica, lidam mais com publicidade. O diretor de arte francês Laurent Cardon é um bom exemplo: "Fazia
animações para longas antes de
vir para o Brasil, há nove anos".
"Com as vinhetas, há mais liberdade do que na publicidade", afirma Jorge Alaniz, 30, editor de vídeo e autor das cinco últimas vinhetas do festival É Tudo Verdade
e das edições 2003 e 2004 do Festival de Brasília. "Para fazer uma vinheta de festival, tenho que traduzir emoções- é muito mais motivante", diz Cardon.
São essas emoções que agradam
aos freqüentadores de mostras
como a atual? "A vinheta está próxima da mistura de paz e sonho
que há na arte de Gitai, por isso
satisfez o público", diz Admoni.
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