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Francês diz buscar as "más formas de amor"
Chéreau volta a mostrar as ameaças da paixão
ANA PAULA SOUSA
DA REPORTAGEM LOCAL
Formado nos palcos, Patrice
Chéreau herdou, do teatro, o
respeito máximo pelos atores.
Dirigir, para ele, é fazer com
que a câmera siga o elenco com
esmero. "A câmera tem de estar
a serviço deles", disse, em entrevista à Folha, quando veio
ao Brasil fazer leituras dramáticas de Dostoiévski e Marguerite Duras, em setembro.
Chéreau referia-se à câmera
colada às expressões de Jean-Hugues Anglade, Romain Duris e Charlotte Gainsbourg em
"Perseguição", em cartaz na
Mostra de São Paulo.
O filme é uma crônica sobre
a solidão -ou o medo dela- e
as paixões vividas como ameaça, tema recorrente na carreira
cinematográfica do diretor
francês. "Queria refletir sobre
as formas de amar, sobre as
más formas de amor e suas
consequências", define.
O protagonista Daniel (Duris) é um homem tão misterioso quanto enfadonho. Obcecado por Sonia (Gainsbourg),
uma mulher fugidia, ele passa a
viver também o papel inverso,
do "perseguido", quando, estranhamente, desperta a paixão de um desconhecido.
"Devo fazer com que o espectador entenda o personagem.
Mesmo que se trate de um criminoso, ele tem suas motivações. Espero que, no fim do filme, as pessoas sintam algum
afeto por Daniel."
PERSEGUIÇÃO
Quando: hoje, às 20h10, no Espaço
Unibanco
Classificação: 16 anos
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