São Paulo, sexta-feira, 06 de junho de 2008

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Para diretora do Fashion Rio, Gisele não fará falta

Eloysa Simão diz que evento não ganhou nada com top, do "ponto de vista prático"

Com a decisão da Colcci de transferir o seu desfile para São Paulo, o Fashion Rio perde a maior estrela da moda mundial, Gisele Bündchen. Para a empresária Eloysa Simão, diretora do evento, a ausência da top, porém, não afetará em nada o Fashion Rio. "É maravilhoso ter a Gisele em um desfile, mas do ponto de vista prático não ganhamos nenhum patrocínio por causa dela, nem o faturamento do evento cresceu", diz Eloysa, na entrevista a seguir, feita por telefone.

FOLHA - Como a saída da Colcci e da Blue Man afetam o Fashion Rio? ELOYSA SIMÃO - Sempre tivemos uma relação ótima com a Colcci. Mas entendemos a decisão da AMC Têxtil, que comprou duas empresas em São Paulo [a Forum e a Triton] e achou por bem levar a terceira para lá, até mesmo para minimizar custos. É maravilhoso ter Gisele em um desfile, mas do ponto de vista prático não ganhamos nenhum patrocínio por causa dela, nem o faturamento do evento cresceu. Creio que também pesou na decisão da Colcci o fato de a imprensa ter massacrado o seu último desfile no Rio. Ficaram magoadíssimos.

FOLHA - E a Blue Man? ELOYSA - O David [Azulay, dono da grife] é um irrequieto. Ele não queria fazer um megadesfile no Rio. Mas como a Salinas, que é a sua principal concorrente, fará, ele achou melhor transferir-se para São Paulo, onde poderia mostrar um desfile menor. É assim o David...

FOLHA - A migração das grifes obriga o Fashion Rio a mudar o foco? ELOYSA - Claro que não. Outros fatos vão ocupar essas lacunas.

FOLHA - A criação de grandes grupos de moda tende a levar a uma concentração dos negócios e também dos desfiles em São Paulo? ELOYSA - Ao contrário. Internacionalmente, o que vemos é uma multiplicação de diferenciais. A semana de moda de Nova York é muito forte, mas a de Los Angeles não deixa de existir por causa disso. A de Madri é também forte, mas quem manda hoje na moda jovem é a de Barcelona. É mentira essa história de que um país deva ter uma única semana oficial para que a moda cresça.

FOLHA - O fato de São Paulo concentrar boa parte do movimento econômico do país não exerce um forte atrativo para as grifes? ELOYSA - Também não acho que isso seja verdadeiro. Não creio que uma praça faça um produto. Se o produto tem força, ele é bem-sucedido em qualquer lugar, como provam a Salinas, a Mara Mac e outras. Houve grifes que decidiram ir do Rio para São Paulo com a promessa de crescerem e já nem desfilam mais, como Zigfreda e Maxime Perelmuter. Também poderia citar as que foram há pouco e não estão vendendo bem. Mas deixa isso para lá...


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