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MÚSICA
Segunda bienal reúne iniciantes de vários Estados
Projeto "Prata da Casa" leva 18 shows gratuitos ao Sesc Pompéia
RONALDO EVANGELISTA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Criado em 2000 pelo Sesc Pompéia, o projeto "Prata da Casa",
importante vitrine de novos talentos da música brasileira, faz o
balanço de sua existência e inicia
hoje retrospectiva com shows dos
artistas mais relevantes apresentados nos últimos dois anos.
Dividida em duas séries de
apresentações, a segunda bienal
do projeto acontece até o dia 22,
com shows de quinta a domingo.
Músicos em início de carreira
-com no máximo um disco lançado, segundo a organização-
de todo o país participam mostrando sua produção atual.
Do rock alternativo ao novo
samba, da música eletrônica ao
jazz brasileiro, a diversidade de
estilos está bem representada. Estão de volta ao palco do teatro do
Sesc Pompéia músicos de todas as
vertentes, em várias etapas diferentes de profissionalização, todos em ritmo de levar a carreira
adiante. O elogiado cantor e compositor paulistano Romulo Fróes,
por exemplo, planeja dedicar metade de seu show, que abre o evento, a novas composições, que estarão em seu próximo disco. Seu álbum de estréia, "Calado", foi lançado no começo do ano.
A cantora mineira Alda Rezende, que se apresenta amanhã,
também aproveita o evento para
apresentar novidades e traz na bagagem seu novo CD, "Madrugada", gravado em parceria com o
pianista neozelandês Jonathan
Crayford. "Esse convite para tocar
no festival veio na hora perfeita.
Vou cantar em São Paulo e já posso lançar o disco novo, que acabou de ficar pronto." Para o show,
ela promete participações dos
músicos Max de Castro e José Miguel Wisnik.
Improviso
Já o conjunto instrumental paulistano Umdoistrio, que toca no
domingo, faz questão de manter o
frescor do improviso em sua
apresentação. "Cada um dos músicos da banda vai estar fazendo
uma coisa diferente nesta semana. Combinamos de nos encontrar para ensaiar apenas alguns
minutos antes do show, no camarim, e tocar o que vier à cabeça na
hora. A gente funciona bem assim, olhando para o público e sentindo o que ele quer ouvir. Vai ser
altamente espontâneo", conta o
baixista Thiago do Espírito Santo.
No sábado, tocam ainda Monjolo e Soulzé, de Pernambuco e
Ceará, respectivamente, ambas
seguindo a tradição de Chico
Science e cruzando música regional com novos estilos, em uma espécie de neo-mangue beat.
Na semana que vem, os destaques são os jovens cariocas do Tira Poeira, mostrando novas interpretações possíveis do choro,
além da curiosa mistura de rap e
cantigas de roda do politizado
Manifesto Primeiro Passo, formado pelos grupos mineiros NUC e
Meninas de Sinhá. Além deles, várias outras apresentações servem
para mostrar que a força da nova
música brasileira atualmente vem
mesmo da produção alternativa.
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