São Paulo, quinta-feira, 12 de agosto de 2004

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MÚSICA

Segunda bienal reúne iniciantes de vários Estados

Projeto "Prata da Casa" leva 18 shows gratuitos ao Sesc Pompéia

RONALDO EVANGELISTA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Criado em 2000 pelo Sesc Pompéia, o projeto "Prata da Casa", importante vitrine de novos talentos da música brasileira, faz o balanço de sua existência e inicia hoje retrospectiva com shows dos artistas mais relevantes apresentados nos últimos dois anos.
Dividida em duas séries de apresentações, a segunda bienal do projeto acontece até o dia 22, com shows de quinta a domingo. Músicos em início de carreira -com no máximo um disco lançado, segundo a organização- de todo o país participam mostrando sua produção atual.
Do rock alternativo ao novo samba, da música eletrônica ao jazz brasileiro, a diversidade de estilos está bem representada. Estão de volta ao palco do teatro do Sesc Pompéia músicos de todas as vertentes, em várias etapas diferentes de profissionalização, todos em ritmo de levar a carreira adiante. O elogiado cantor e compositor paulistano Romulo Fróes, por exemplo, planeja dedicar metade de seu show, que abre o evento, a novas composições, que estarão em seu próximo disco. Seu álbum de estréia, "Calado", foi lançado no começo do ano.
A cantora mineira Alda Rezende, que se apresenta amanhã, também aproveita o evento para apresentar novidades e traz na bagagem seu novo CD, "Madrugada", gravado em parceria com o pianista neozelandês Jonathan Crayford. "Esse convite para tocar no festival veio na hora perfeita. Vou cantar em São Paulo e já posso lançar o disco novo, que acabou de ficar pronto." Para o show, ela promete participações dos músicos Max de Castro e José Miguel Wisnik.

Improviso
Já o conjunto instrumental paulistano Umdoistrio, que toca no domingo, faz questão de manter o frescor do improviso em sua apresentação. "Cada um dos músicos da banda vai estar fazendo uma coisa diferente nesta semana. Combinamos de nos encontrar para ensaiar apenas alguns minutos antes do show, no camarim, e tocar o que vier à cabeça na hora. A gente funciona bem assim, olhando para o público e sentindo o que ele quer ouvir. Vai ser altamente espontâneo", conta o baixista Thiago do Espírito Santo.
No sábado, tocam ainda Monjolo e Soulzé, de Pernambuco e Ceará, respectivamente, ambas seguindo a tradição de Chico Science e cruzando música regional com novos estilos, em uma espécie de neo-mangue beat.
Na semana que vem, os destaques são os jovens cariocas do Tira Poeira, mostrando novas interpretações possíveis do choro, além da curiosa mistura de rap e cantigas de roda do politizado Manifesto Primeiro Passo, formado pelos grupos mineiros NUC e Meninas de Sinhá. Além deles, várias outras apresentações servem para mostrar que a força da nova música brasileira atualmente vem mesmo da produção alternativa.


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