São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2004

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Regente aponta evolução barroca

DO ENVIADO ESPECIAL

William Christie diz que a forma de abordar o barroco evoluiu em razão de seu amadurecimento pessoal e da quantidade de informações acumuladas pelos pesquisadores que se interessam por esse repertório. Eis os principais trechos de sua entrevista à Folha.
 

Folha - O sr. escreveu recentemente que fazer música barroca equivale a um passeio por um jardim. Qual a relação entre as duas coisas?
William Christie -
A analogia é antiga. O repertório das óperas barrocas traz inúmeras referências aos jardins, como evocação ou como local em que a ação ocorre. Outra analogia está na temporalidade. A música e os jardins são efêmeros. Uma flor têm uma duração determinada, como a música.

Folha - A mídia européia tem afirmado que, aos 25 anos, seu conjunto está maduro para um balanço.
Christie -
O balanço é feito após cada concerto, após cada ensaio.

Folha - Seu trabalho é hoje semelhante ao de há 25 anos, ou ele mudou em razão de sua maturidade pessoal e das informações sobre o barroco que apareceram?
Christie -
Não somos a mesma pessoa depois de 25 anos. Há uma evolução, que é ao mesmo tempo pessoal, em razão da experiência acumulada, e baseada nas descobertas musicológicas feitas pelos outros pesquisadores e maestros. Hoje sabemos mais sobre o repertório dos séculos 17 e 18 do que sabíamos no final dos anos 70.

Folha - Qual a especificidade da leitura que o sr. faz do repertório francês, se comparada ao que fazem os pesquisadores holandeses, alemães ou ingleses?
Christie -
Trabalhamos todos com o mesmo repertório. Há algumas exceções -os que cuidam só da música instrumental de Bach ou cravistas especializados na música francesa. O que nos distingue é a nossa personalidade, nossa identidade musical. (JBN)


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