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Cultivo de flor vira alternativa em Santa Cruz do Sul
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
O município de Santa Cruz do
Sul está investindo em uma diversificação rural que modifica o perfil da sua economia.
Ao lado do fumo, que colocou a
cidade gaúcha como "capital brasileira" do produto, agora convivem as flores.
Santa Cruz do Sul (148 km de
Porto Alegre) também se transformou, desde o ano passado, no
maior pólo alternativo de flores no
Rio Grande do Sul.
As flores motivaram a prefeitura
a implantar programas alternativos de trabalho aos seus desempregados, movida também pela
má fama do seu produto característico, alvo principal das campanhas de saúde pública.
A prefeitura iniciou o projeto no
final de 1997 e o incrementou com
a contratação de dois técnicos holandeses em setembro de 1998 para
implantar o pólo de flores.
Desemprego
Dessa forma, a floricultura se
contrapõe ao fumo e ajuda a reduzir o impacto do nível de desemprego constatado sazonalmente
tanto no campo como nas indústrias locais.
O problema do desemprego no
setor do fumo é frequente. Durante o verão (mais precisamente entre novembro e fevereiro), época
de colheita, há bastante emprego
na cidade. No inverno, porém, a situação se agrava.
Com o antecedente de terem
criado projeto similar na cidade
paulista de Holambra (responsável por 30% do consumo de flores
no país), Hieronymus Rijpkema
(que no Brasil atende por "Iuri"),
31, e Franciscus Maessen ("Frank"
no Brasil), 32, têm alguns compromissos em Santa Cruz do Sul.
Os holandeses vão implantar 20
estufas até abril e 40 até o ano 2000
-o valor investido não é revelado
pela prefeitura, que, otimista, já
projeta a instalação de 80 estufas
até o final do ano 2000.
Se isso ocorrer, poderão ser gerados, no mínimo, 40 empregos em
sua fase inicial.
Por enquanto, a produção inclui
gérberas, rosas, cravos, flores silvestres e folhagens.
Mercosul
O retorno financeiro para o município é garantido pelo fato de a
produção estar sendo vendida, no
atacado e no varejo, em diversos
municípios gaúchos.
Os objetivos dos holandeses, porém, são mais ambiciosos do que a
comercialização interna.
Eles acreditam que o município
poderá, a médio prazo, exportar
suas flores para Argentina e Uruguai.
Há, atualmente, 20 produtores
que aderiram ao projeto, associados em uma cooperativa.
Vários deles já estão ampliando
seus negócios, pensando, justamente, nesse objetivo de estender
o comércio ao exterior.
A prefeitura e os técnicos holandeses não informaram qual o investimento feito no pólo nem o faturamento atual da produção.
Segundo Maessens, a estimativa
de lucro é de 25% acima dos custos
de produção.
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