São Paulo, terça, 2 de fevereiro de 1999

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Cultivo de flor vira alternativa em Santa Cruz do Sul

LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre

O município de Santa Cruz do Sul está investindo em uma diversificação rural que modifica o perfil da sua economia.
Ao lado do fumo, que colocou a cidade gaúcha como "capital brasileira" do produto, agora convivem as flores.
Santa Cruz do Sul (148 km de Porto Alegre) também se transformou, desde o ano passado, no maior pólo alternativo de flores no Rio Grande do Sul.
As flores motivaram a prefeitura a implantar programas alternativos de trabalho aos seus desempregados, movida também pela má fama do seu produto característico, alvo principal das campanhas de saúde pública.
A prefeitura iniciou o projeto no final de 1997 e o incrementou com a contratação de dois técnicos holandeses em setembro de 1998 para implantar o pólo de flores.

Desemprego
Dessa forma, a floricultura se contrapõe ao fumo e ajuda a reduzir o impacto do nível de desemprego constatado sazonalmente tanto no campo como nas indústrias locais.
O problema do desemprego no setor do fumo é frequente. Durante o verão (mais precisamente entre novembro e fevereiro), época de colheita, há bastante emprego na cidade. No inverno, porém, a situação se agrava.
Com o antecedente de terem criado projeto similar na cidade paulista de Holambra (responsável por 30% do consumo de flores no país), Hieronymus Rijpkema (que no Brasil atende por "Iuri"), 31, e Franciscus Maessen ("Frank" no Brasil), 32, têm alguns compromissos em Santa Cruz do Sul.
Os holandeses vão implantar 20 estufas até abril e 40 até o ano 2000 -o valor investido não é revelado pela prefeitura, que, otimista, já projeta a instalação de 80 estufas até o final do ano 2000.
Se isso ocorrer, poderão ser gerados, no mínimo, 40 empregos em sua fase inicial.
Por enquanto, a produção inclui gérberas, rosas, cravos, flores silvestres e folhagens.

Mercosul
O retorno financeiro para o município é garantido pelo fato de a produção estar sendo vendida, no atacado e no varejo, em diversos municípios gaúchos.
Os objetivos dos holandeses, porém, são mais ambiciosos do que a comercialização interna.
Eles acreditam que o município poderá, a médio prazo, exportar suas flores para Argentina e Uruguai.
Há, atualmente, 20 produtores que aderiram ao projeto, associados em uma cooperativa.
Vários deles já estão ampliando seus negócios, pensando, justamente, nesse objetivo de estender o comércio ao exterior.
A prefeitura e os técnicos holandeses não informaram qual o investimento feito no pólo nem o faturamento atual da produção.
Segundo Maessens, a estimativa de lucro é de 25% acima dos custos de produção.



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