São Paulo, segunda-feira, 01 de janeiro de 2007

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Governo começa "sem rumo" e "envelhecido", afirma oposição

Tasso e Bornhausen criticam "falta de disposição" de Lula

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Luiz Inácio Lula da Silva assume hoje seu segundo mandato "sem rumo", com um "governo envelhecido", que tende a repetir taxas medíocres de crescimento. Essa é a avaliação dos presidentes dos dois principais partidos de oposição, Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Jorge Bornhausen (PFL-SC).
Críticos ácidos do presidente na campanha eleitoral, os dois senadores mantêm a artilharia pesada contra o petista, apesar de essa posição não ser unânime nos seus partidos.
Bornhausen e Tasso apontam como principal falha desse início de segundo mandato "a falta de disposição" do petista em promover grandes reformas que pudessem equacionar a questão fiscal.
"O plano audacioso que ele deveria pedir à sua equipe seria reduzir gastos públicos de forma violenta, para manter a redução dos juros e melhorar a taxa de câmbio. Só que isso ele já demonstrou que não vai fazer. Prefere ficar na mesmice, navegando na mediocridade", diz o presidente pefelista.
Para Bornhausen, Lula se elegeu "sem rumo". E, depois da vitória, "saiu correndo atrás de um programa de governo, mas não conseguiu fechá-lo".
Tasso diz que o segundo mandato começa "envelhecido" porque, depois da reeleição, Lula não sinalizou com uma "renovação profunda em sua equipe" nem se dispôs a promover as reformas da Previdência e a tributária.
O presidente do PSDB aponta ainda a falta de coordenação como um dos problemas. "Não estou lá dentro, mas dá para perceber que o [Guido] Mantega fala uma língua, o [Henrique] Meirelles fala outra e não sabemos quem o presidente Lula realmente apóia."
O tom beligerante de Tasso e Bornhausen não significa, porém, que PSDB e PFL devem se opor frontalmente ao petista. Entre os tucanos, uma atitude mais ácida é defendida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. No entanto, governadores como Aécio Neves e José Serra, potenciais candidatos em 2010, já sinalizaram que buscarão manter um canal de negociação com o governo e que um endurecimento deve ocorrer só perto da eleição.
No caso dos pefelistas, o único governador do partido, José Roberto Arruda (DF), depende e muito do Executivo federal para ter sucesso. Arruda já demonstrou que seguirá uma linha de boa convivência. (VALDO CRUZ E KENNEDY ALENCAR)


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