da Agência Folha, em Campo Grande

Gilda Gomes dos Santos, mulher do governador de Mato Grosso do Sul, José Orcírio dos Santos (PT), o Zeca do PT, deverá perder o salário de R$ 2.264,00 mensais a que teria direito como coordenadora especial de Políticas para a Mulher do governo do Estado.
O casal decidiu ontem pela manhã cortar o salário após a divulgação da prática de nepotismo no governo petista. Zeca tem oito parentes contratados em cargos de confiança, incluindo a mulher.
Além do corte do salário, o PT diz querer iniciar uma discussão em todo o Estado sobre o nepotismo. O deputado federal eleito Ben-Hur Ferreira (PT), que tem uma ex-mulher e uma namorada contratadas no governo, foi incumbido de convocar entidades da sociedade civil para esse debate.
O PT-MS argumenta que os parentes contratados seriam militantes do partido ou já haviam trabalhado no gabinete do então deputado estadual Zeca do PT, fazendo jus ao emprego por seu "passado de luta" em prol da legenda.
A Ordem dos Advogados do Brasil convocou mais de 70 entidades para uma reunião na próxima quarta para retomar o movimento contra o nepotismo no Estado.
O PPS, partido que apóia o governador e tem três secretarias de Estado (Justiça, Planejamento e Cultura), anunciou que não pretende deixar o governo.
O vereador de Campo Grande Athayde Nery Freitas, da Executiva Nacional do partido, informou que ainda ontem haveria uma reunião entre a legenda e o governador para "colocar um ponto final" na crise aberta após Carmelino Rezende, candidato derrotado ao Senado pelo PPS na chapa de Zeca, ter denunciado o caso. (RUBENS VALENTE)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice