UOL

São Paulo, sábado, 01 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAIBA MAIS

CPI indiciou Gratz por suposto elo com crime organizado

O relatório final da CPI do Narcotráfico (99-2000), da Câmara dos Deputados, indiciou mais de 800 pessoas. Entre elas, José Carlos Gratz (PFL-ES), então presidente da Assembléia capixaba, que foi acusado de envolvimento com o jogo do bicho e o crime organizado.
A comissão concluiu que, no Espírito Santo, bingos eram usados para lavagem de dinheiro do narcotráfico e sonegação fiscal -e que eles eram diretamente ligados ao bicho.
Um dos sócios dos bingos, embora não aparecesse no registro das empresas, seria Gratz. Em depoimento à CPI, ele negou as acusações e disse que sua vida era "mais clara do que as águas do Caribe". O ex-deputado afirma que o relatório final da CPI é "um pedaço de papel higiênico usado".
Investigações da Procuradoria da República e dos deputados federais apontaram a ligação dos bingos com o narcotráfico, mais especificamente com o cartel de Cali, organização criminosa da Colômbia.
Franklin Campozana, sócio de um bingo, explicou, em ofício encaminhado em 97 à Corregedoria da Polícia Civil, como agia a máfia dos bingos no Estado: "Fui obrigado a aceitar na sociedade o deputado Gratz, na condição de representante do grupo que já explorava tradicionalmente o jogo em Vitória, integrado por policiais, políticos e bicheiros".
Em 2000, a quebra do sigilo bancário de Gratz, pela CPI, revelou que ele fazia depósitos regulares de quantias que chegaram a R$ 90 mil em contas de pelo menos nove deputados estaduais -incluindo um integrante da CPI estadual que investigava o narcotráfico. Gratz afirmou que não via problema nos depósitos.(DA REDAÇÃO)


Texto Anterior: OAB, procurador e políticos comemoram
Próximo Texto: Vida de sociólogo: AL pode perder fé na democracia, diz FHC
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.