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Reitor da Unifesp usa cartão corporativo em drogaria
LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de fazer gastos irregulares com o cartão corporativo em 2007, o reitor da Unifesp
(Universidade Federal de São
Paulo), Ulysses Fagundes Neto,
voltou a fazer compras com o
cartão em uma farmácia para
uso pessoal neste ano.
As informações constam do
site Portal da Transparência
(www.transparencia.
gov.br). Ulysses gastou R$
318,13 na Drogaria São Paulo,
na Vila Mariana, em uma sexta-feira de janeiro.
Por meio de sua assessoria de
imprensa, o reitor da Unifesp
disse que o gasto foi emergencial. "Ele precisou fazer uma
compra emergencial médica.
Como não tinha dinheiro, usou
o cartão corporativo para comprar medicamentos", disse a
assessoria. "O valor nunca representou gasto para o erário
público, pois ele cobriu o valor
faturado pelo banco com o próprio dinheiro, antes da data de
vencimento do cartão."
Na lista telefônica de São
Paulo consta que Ulysses Fagundes mora na Vila Mariana,
mesmo bairro onde fica a drogaria. Uma funcionária confirmou que o reitor freqüenta
com regularidade o local.
A CGU (Controladoria Geral
da União) não se manifestou
sobre o caso, porque o lançamento é recente. Segundo o órgão, que disse não dispor de documento que comprove a devolução, só uma auditoria vai
identificar eventuais abusos.
Matéria da Folha do último
dia 7 revelou gastos abusivos
do reitor com restaurantes e
em duas drogarias de São Paulo, em valores que superam R$
1.000. Ele disse que ressarciu o
montante -o reitor encaminhou à Folha somente um
comprovante de devolução, de
R$ 614,61. "Foi um equívoco
meu", admitiu.
O reitor da Unifesp também
usou o cartão (total de R$
9.500 em 2007) para pagar seis
contas em restaurantes luxuosos de São Paulo e Brasília. Os
gastos variaram de R$ 203 a R$
1.798,39. Ele alegou que todos
os compromissos envolveram
agenda de trabalho, como encontro com políticos e delegações de universidades nacionais ou estrangeiras.
No ano passado a CGU pediu
que ele devolvesse R$ 15.552,77
gastos com cartão em restaurantes e viagens. Do total, R$
11.846,38 foram restituídos.
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