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Ex-secretário municipal é alvo de nova denúncia
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público Estadual
protocolou ontem uma nova denúncia contra o vereador Klinger
Luiz de Oliveira Souza (PT), ex-secretário de Serviços Municipais
de Santo André, e os empresários
Humberto Tarcísio de Castro e
Ronan Maria Pinto. Eles são acusados de fraude na licitação e na
execução de um contrato de 1998
para a troca de brises (placas de
concreto) no fórum da cidade.
Essa é a quinta denúncia envolvendo a Prefeitura de Santo André. Até agora, no entanto, a Justiça não acolheu nenhuma delas.
Os promotores Roberto Wider
Filho, Amaro José Thomé Filho e
José Reinaldo Guimarães Carneiro afirmam que os três acusados
"fraudaram" o caráter competitivo da licitação em favor da Projeção Engenharia.
A contratação da empresa aconteceu em fevereiro de 1998, depois
que as duas primeiras colocadas
desistiram de realizar a obra. Em
nova consulta, a Projeção foi escolhida, cobrando R$ 486 mil pelo
serviço. Para os promotores, "o
então secretário (...) deliberadamente deixou de consultar a empresa Coneng", que na concorrência anterior havia cobrado R$
248 mil.
Um parecer técnico do Caex
(Centro de Apoio Operacional à
Execução), do Ministério Público,
constatou que houve um superfaturamento de 13,91% na obra,
equivalente a R$ 59 mil, "tomando-se como base exclusivamente
a planilha de custos apresentada
pela Projeção", e que "não foi realizada a troca total dos brises, que
foram, ao menos em parte, restaurados no Paço Municipal".
O Ministério Público, no entanto, argumenta que o prejuízo total
para o município foi de R$ 523
mil, que correspondem à soma
dos valores pagos para a troca dos
brises e o dinheiro "desviado dos
cofres públicos (...) sem lastro em
contrato, a título de indenização
após o término dos serviços".
Segundo os promotores, em junho de 2002 os denunciados
"prestaram informações falsas
acerca da fabricação dos brises,
assumindo-os como de confecção
própria", embora anteriormente
tivessem dito que haviam comprado o material da Betonleve
Premoldados.
"Realizadas diligências na firma
[Betonleve] (...) constatou-se que
ela jamais teve capacidade para
produzir os referidos brises." Os
promotores também apontaram
que as notas fiscais apresentadas
pela Projeção para comprovar a
compra dos brises tem numeração seqüencial de 00020 a 00082.
Outro lado
A assessoria de imprensa de Ronan Maria Pinto divulgou nota na
qual afirma ter ficado "perplexa"
com a nova denúncia e que aguardará a notificação judicial para se
manifestar. A assessoria de imprensa de Klinger Luiz de Oliveira
Souza disse que não conseguiu localizá-lo. A Folha não conseguiu
falar com Castro.
(CG e LC)
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