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SATIAGRAHA
Consultor de Dantas está entre indiciados em inquérito da PF
DA REPORTAGEM LOCAL
O consultor empresarial
Roberto Amaral, 72, foi
um dos 13 indiciados no inquérito da Polícia Federal
decorrente da Operação Satiagraha que investigou as
atividades do grupo Opportunity, do banqueiro Daniel
Dantas. Durante 30 anos,
Amaral foi um dos principais
executivos da empreiteira
Andrade Gutierrez.
O inquérito que investigou
o grupo supostamente relacionado ao banqueiro foi
concluído ontem pelo delegado Ricardo Saadi, que assumiu a Operação Satiagraha
após o afastamento do delegado Protógenes Queiroz.
O indiciamento não significa culpa ou condenação.
O relatório final do inquérito foi entregue ontem à 6ª
Vara Federal Criminal de
São Paulo, que o repassou ao
procurador da República Rodrigo de Grandis, a quem caberá fazer uma análise da investigação e tomar a decisão
sobre oferecer ou não denúncia contra os indiciados.
Conforme revelou ontem
o jornal "O Estado de S. Paulo", o delegado Saadi considerou haver indícios de supostos crimes praticados por
Amaral, como evasão de divisas e formação de quadrilha.
Ele estaria envolvido em
um esquema irregular de
aquisições de debêntures (título de crédito emitido por
sociedade anônima) por integrantes do grupo Opportunity, incluindo o banqueiro
Daniel Dantas.
Os detalhes das suspeitas
não foram revelados, pois o
inquérito prossegue em sigilo de Justiça.
No final de 2008, endereços relacionados a Amaral
sofreram ações de busca e
apreensão ordenadas pela
Justiça a pedido do delegado
Saadi e do procurador De
Grandis.
Em 2007, em entrevista à
revista "Piauí", Daniel Dantas disse que contratara Roberto Amaral como consultor para que ele lhe "explicasse como funciona o Brasil
do poder". Isso ocorreu num
momento em que Dantas
tentava se aproximar de nomes de relevo do governo
Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2003 e 2005.
O advogado de Amaral, José Luis Oliveira Lima, disse
que as suspeitas da PF são
descabidas e que seu cliente
é inocente. Amaral resolveu
ficar em silêncio ao depor à
PF na semana passada.
Segundo Lima, a Operação
Satiagraha "é maculada pela
ilegalidade", referindo-se à
participação de servidores da
Abin (Agência Brasileira de
Inteligência) na investigação. Decisão do TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª
Região considerou ser legal o
compartilhamento de dados
entre áreas de inteligência de
diferentes órgãos federais,
como Abin e PF.
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