São Paulo, sexta-feira, 01 de maio de 2009

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SATIAGRAHA

Consultor de Dantas está entre indiciados em inquérito da PF

DA REPORTAGEM LOCAL

O consultor empresarial Roberto Amaral, 72, foi um dos 13 indiciados no inquérito da Polícia Federal decorrente da Operação Satiagraha que investigou as atividades do grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas. Durante 30 anos, Amaral foi um dos principais executivos da empreiteira Andrade Gutierrez.
O inquérito que investigou o grupo supostamente relacionado ao banqueiro foi concluído ontem pelo delegado Ricardo Saadi, que assumiu a Operação Satiagraha após o afastamento do delegado Protógenes Queiroz.
O indiciamento não significa culpa ou condenação.
O relatório final do inquérito foi entregue ontem à 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, que o repassou ao procurador da República Rodrigo de Grandis, a quem caberá fazer uma análise da investigação e tomar a decisão sobre oferecer ou não denúncia contra os indiciados.
Conforme revelou ontem o jornal "O Estado de S. Paulo", o delegado Saadi considerou haver indícios de supostos crimes praticados por Amaral, como evasão de divisas e formação de quadrilha.
Ele estaria envolvido em um esquema irregular de aquisições de debêntures (título de crédito emitido por sociedade anônima) por integrantes do grupo Opportunity, incluindo o banqueiro Daniel Dantas.
Os detalhes das suspeitas não foram revelados, pois o inquérito prossegue em sigilo de Justiça.
No final de 2008, endereços relacionados a Amaral sofreram ações de busca e apreensão ordenadas pela Justiça a pedido do delegado Saadi e do procurador De Grandis.
Em 2007, em entrevista à revista "Piauí", Daniel Dantas disse que contratara Roberto Amaral como consultor para que ele lhe "explicasse como funciona o Brasil do poder". Isso ocorreu num momento em que Dantas tentava se aproximar de nomes de relevo do governo Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2003 e 2005.
O advogado de Amaral, José Luis Oliveira Lima, disse que as suspeitas da PF são descabidas e que seu cliente é inocente. Amaral resolveu ficar em silêncio ao depor à PF na semana passada.
Segundo Lima, a Operação Satiagraha "é maculada pela ilegalidade", referindo-se à participação de servidores da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) na investigação. Decisão do TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região considerou ser legal o compartilhamento de dados entre áreas de inteligência de diferentes órgãos federais, como Abin e PF.


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