São Paulo, domingo, 01 de julho de 2001

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OUTRO LADO
"Não preciso viver de comissão"

DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

O empresário José Osmar Borges, por meio de seu advogado, Pedro Paulo Castelo Branco, confirmou que recebeu transferências bancárias na ordem de R$ 1,9 milhão da empresa Servplaza, que controla a WTC Manaus S.A.
"Esse dinheiro foi de uma transação comercial entre duas empresas. Não preciso viver de comissão, tenho um parque industrial", disse, sem, no entanto, esclarecer o teor da transação.
Na ação civil pública que tramita na 4ª Vara de Justiça Federal do Amazonas, essa transferência provocou a quebra de sigilo bancária, fiscal e telefônico de Borges e de suas empresas Têxtil Saint Germany e Pyramid Confecções. "Estou questionando essa ação com um processo", disse.
A procuradores da República em Cuiabá, Borges afirmou que a transação seria por venda de camisetas. O advogado Castelo Branco não confirmou. "Pode ser de camisetas ou de peças do vestuário, Borges tem um parque têxtil", disse.
O advogado da empresa WTC, Stênio Lemos, apresenta outra versão. "A WTC pagou R$ 2,1 milhões ao Borges para que ele trouxesse os acionistas para o projeto. Ele trouxe, nós pagamos por meio da Servplaza", afirmou.
Lemos negou que o dinheiro pago pela comissão de Borges tenha saído de parte do financiamento da Sudam.
"Esse dinheiro não foi da Sudam. O Gilberto Bomeny [proprietário da Servplaza e da WTC", para receber R$ 1 milhão da Sudam, botava antes a mesma quantia em obras. Todo o dinheiro da Sudam chegava como um reembolso", afirmou.
Segundo Lemos, os R$ 15,4 milhões liberados pela Sudam corresponderam a conclusão de 20% das obras executadas pela Servplaza, no projeto do WTC: um complexo hoteleiro com centro de convenções, localizado na zona centro sul de Manaus.
A Mondial, uma empresa de exportação do grupo C&A, nega haver participação na confusão da WTC. "Posso garantir que a Mondial não tem nada a ver com isso", disse Luiz Antônio Carvalho, vice-presidente do grupo.
"Investimos cerca de R$ 500 mil na Saint Germany Agroindustrial [uma das empresas de José Osmar Borges" em 95 e 96. Mas, em 97, essa empresa começou a nos passar informações desencontradas e suspendemos os investimentos", disse Carvalho. (KB)


Colaborou MAURO ALBANO, da Agência Folha


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