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OUTRO LADO
"Não preciso viver de comissão"
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
O empresário José Osmar Borges, por meio de seu advogado,
Pedro Paulo Castelo Branco, confirmou que recebeu transferências bancárias na ordem de R$ 1,9
milhão da empresa Servplaza, que
controla a WTC Manaus S.A.
"Esse dinheiro foi de uma transação comercial entre duas empresas. Não preciso viver de comissão, tenho um parque industrial", disse, sem, no entanto, esclarecer o teor da transação.
Na ação civil pública que tramita na 4ª Vara de Justiça Federal do
Amazonas, essa transferência
provocou a quebra de sigilo bancária, fiscal e telefônico de Borges
e de suas empresas Têxtil Saint
Germany e Pyramid Confecções.
"Estou questionando essa ação
com um processo", disse.
A procuradores da República
em Cuiabá, Borges afirmou que a
transação seria por venda de camisetas. O advogado Castelo
Branco não confirmou. "Pode ser
de camisetas ou de peças do vestuário, Borges tem um parque
têxtil", disse.
O advogado da empresa WTC,
Stênio Lemos, apresenta outra
versão. "A WTC pagou R$ 2,1 milhões ao Borges para que ele trouxesse os acionistas para o projeto.
Ele trouxe, nós pagamos por meio
da Servplaza", afirmou.
Lemos negou que o dinheiro
pago pela comissão de Borges tenha saído de parte do financiamento da Sudam.
"Esse dinheiro não foi da Sudam. O Gilberto Bomeny [proprietário da Servplaza e da WTC",
para receber R$ 1 milhão da Sudam, botava antes a mesma quantia em obras. Todo o dinheiro da
Sudam chegava como um reembolso", afirmou.
Segundo Lemos, os R$ 15,4 milhões liberados pela Sudam corresponderam a conclusão de 20%
das obras executadas pela Servplaza, no projeto do WTC: um
complexo hoteleiro com centro
de convenções, localizado na zona centro sul de Manaus.
A Mondial, uma empresa de exportação do grupo C&A, nega haver participação na confusão da
WTC. "Posso garantir que a Mondial não tem nada a ver com isso",
disse Luiz Antônio Carvalho, vice-presidente do grupo.
"Investimos cerca de R$ 500 mil
na Saint Germany Agroindustrial
[uma das empresas de José Osmar Borges" em 95 e 96. Mas, em
97, essa empresa começou a nos
passar informações desencontradas e suspendemos os investimentos", disse Carvalho.
(KB)
Colaborou MAURO ALBANO,
da Agência Folha
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