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Dirceu afirma que juiz
grevista perde privilégio
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro-chefe da Casa Civil,
José Dirceu, afirmou que os juízes
que eventualmente fizerem greve
perderão de imediato as prerrogativas do cargo, porque o movimento seria inconstitucional.
Ao ser questionado se o governo, ao insistir no subteto de 75%,
não temia que os juízes retomassem a decisão de fazer greve, o ministro afirmou:
"Greve no Judiciário? Mas isso é
inconstitucional. O juiz que fizer
greve perde os predicados da magistratura no mesmo momento.
Se a Constituição deu a ele os predicados, deu também uma posição especial no país. Eles não podem fazer greve".
Dirceu informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
reafirmou, durante o almoço com
líderes da base aliada, quando se
reuniram para discutir a reforma
previdenciária, que o governo federal defende o texto do deputado
José Pimentel (PT-CE), relator
dessa reforma.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de o governo estar defendendo o subteto de 75% somente para marcar posição, deixando a responsabilidade de
qualquer alteração com a Câmara, o ministro afirmou:
"O governo tem maioria de 370
votos na Câmara [são necessários
308] e maioria consolidada no Senado. Essa pergunta não procede,
porque em nenhum momento o
governo fez esse tipo de política.
O governo não coloca proposta
para depois retirar -o chamado
bode- nem fica fazendo jogo
com o Congresso".
Acordo
Dirceu negou que o governo tenha avalizado acordo feito na Câmara com os magistrados, entre
eles o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Maurício
Corrêa, para fixar o subteto do Judiciário estadual em 90,25% do
salário dos ministros do STF
-como os magistrados querem.
"O presidente da Câmara e os líderes nunca afirmaram que houve acordo com o Judiciário. O Judiciário expôs uma proposta, mas
a reforma não diz respeito apenas
à magistratura. Há muitas outras
questões", afirmou.
Também de acordo com o ministro, o presidente Lula tem a
convicção de que a proposta de
subteto de 75% do salário de ministro do Supremo para a Justiça
estadual é a correta, "principalmente ao se levar em conta que a
reforma é para todos, não só para
a magistratura".
Dirceu informou ainda que o
presidente vai avaliar as propostas apresentadas pelos líderes governistas, mas que reafirmou sua
posição em defesa do relatório de
Pimentel.
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