UOL

São Paulo, sexta-feira, 01 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Juiz põe sem-terra entre bandidos, diz ministro

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O ministro Nilmário Miranda (Secretaria Especial de Direitos Humanos, vinculada diretamente à Presidência) criticou o juiz Atis de Araújo Oliveira, de Teodoro Sampaio (SP), que condenou o líder do MST José Rainha Jr.
Segundo Nilmário, Oliveira tem o "costume de colocar trabalhadores rurais entre bandidos, mas não faz assim com os ruralistas que são bandidos e com os poderosos que cometem crimes que são muito prejudiciais ao povo".
"Ele já mandou prender 29 trabalhadores. Tem o costume de colocá-los entre bandidos. É um rigor que tem com uns e não tem com outros", disse, corroborando as críticas da mulher de Rainha, Diolinda Alves de Souza.
O ministro considerou "absurdo" o tratamento dado pelo juiz ao líder do MST. "Não é esse o caminho. Criminalizar o movimento social só vai radicalizar, fazer com que eles percam a crença no Estado de Direito. Se forem criminalizados e colocados fora da lei, é um caminho andado para que eles se armem, formem milícias."
Segundo o ministro, esse fato vai aumentar a tensão social: "Ele [Rainha] não é um criminoso. É uma pessoa que cometeu delitos específicos ligados a uma questão social. Ele não pode ser tratado como se fosse ladrão, homicida e traficante". Nilmário propõe a criação de ouvidorias agrárias para intermediar os conflitos no campo. (PAULO PEIXOTO)


Texto Anterior: PF vê "panela de pressão" no campo
Próximo Texto: Sob xingamentos, MST continua marcha no RS
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.