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Juiz põe sem-terra entre
bandidos, diz ministro
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O ministro Nilmário Miranda
(Secretaria Especial de Direitos
Humanos, vinculada diretamente
à Presidência) criticou o juiz Atis
de Araújo Oliveira, de Teodoro
Sampaio (SP), que condenou o líder do MST José Rainha Jr.
Segundo Nilmário, Oliveira tem
o "costume de colocar trabalhadores rurais entre bandidos, mas
não faz assim com os ruralistas
que são bandidos e com os poderosos que cometem crimes que
são muito prejudiciais ao povo".
"Ele já mandou prender 29 trabalhadores. Tem o costume de
colocá-los entre bandidos. É um
rigor que tem com uns e não tem
com outros", disse, corroborando
as críticas da mulher de Rainha,
Diolinda Alves de Souza.
O ministro considerou "absurdo" o tratamento dado pelo juiz
ao líder do MST. "Não é esse o caminho. Criminalizar o movimento social só vai radicalizar, fazer
com que eles percam a crença no
Estado de Direito. Se forem criminalizados e colocados fora da lei, é
um caminho andado para que
eles se armem, formem milícias."
Segundo o ministro, esse fato
vai aumentar a tensão social: "Ele
[Rainha] não é um criminoso. É
uma pessoa que cometeu delitos
específicos ligados a uma questão
social. Ele não pode ser tratado
como se fosse ladrão, homicida e
traficante". Nilmário propõe a
criação de ouvidorias agrárias para intermediar os conflitos no
campo.
(PAULO PEIXOTO)
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