São Paulo, sexta-feira, 01 de agosto de 2008

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Investigados movimentaram R$ 1,8 bi, diz Coaf

ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em 21 relatórios, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) mapeou R$ 1,854 bilhão em operações financeiras suspeitas realizadas por pessoas físicas e jurídicas investigadas pela Polícia Federal na Operação Satiagraha.
Deflagrada em 8 de julho, a operação prendeu 24 pessoas, dentre as quais o banqueiro Daniel Dantas, do grupo Opportunity, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e o investidor Naji Nahas, suspeitos de praticar crimes financeiros.
O primeiro relatório do Coaf que faz referência a envolvidos na Satiagraha é de fevereiro de 2001. Na ocasião, a malha fina do conselho flagrou uma operação de cerca de R$ 5 milhões.
As maiores movimentações suspeitas, informadas por diversas instituições bancárias ao Coaf, ocorreram em junho de 2002 e outubro de 2007, respectivamente de R$ 510 milhões e R$ 511 milhões.
Os valores podem estar distorcidos, já que o balanço feito pelo Coaf soma débitos e créditos considerados suspeitos e que, por tal condição, foram informados ao conselho, que é o órgão de inteligência financeira do governo federal e integra o Ministério da Fazenda.
Por conta do sigilo de suas atividades, o Coaf não informou o nome das pessoas físicas e jurídicas que constam em seus relatórios e que, nas operações consideradas suspeitas, poderiam ter praticado crime de lavagem de dinheiro, entre outros.
Laudo do Instituto Nacional de Criminalística da PF, que integra a documentação reunida pela operação Satiagraha, acusa Daniel Dantas de não comunicar ao Coaf movimentações financeiras suspeitas realizadas pelo Opportunity em nome do banqueiro, de familiares e das empresas do grupo.
De acordo com a lei, além das operações de mais de R$ 10 mil em dinheiro e, sob qualquer modalidade, superiores a R$ 100 mil, os bancos devem comunicar ao Coaf movimentações consideradas conflitantes com o perfil de seus clientes, como créditos muito acima dos ganhos declarados pelo correntista à Receita. Segundo o laudo, o Opportunity não fez as devidas comunicações, "impossibilitando ações governamentais no combate à lavagem de dinheiro nas operações do grupo".


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