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Investigados movimentaram R$ 1,8 bi, diz Coaf
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em 21 relatórios, o Coaf
(Conselho de Controle de
Atividades Financeiras) mapeou R$ 1,854 bilhão em operações financeiras suspeitas
realizadas por pessoas físicas
e jurídicas investigadas pela
Polícia Federal na Operação
Satiagraha.
Deflagrada em 8 de julho, a
operação prendeu 24 pessoas, dentre as quais o banqueiro Daniel Dantas, do
grupo Opportunity, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta
e o investidor Naji Nahas,
suspeitos de praticar crimes
financeiros.
O primeiro relatório do
Coaf que faz referência a envolvidos na Satiagraha é de
fevereiro de 2001. Na ocasião, a malha fina do conselho flagrou uma operação de
cerca de R$ 5 milhões.
As maiores movimentações suspeitas, informadas
por diversas instituições
bancárias ao Coaf, ocorreram em junho de 2002 e outubro de 2007, respectivamente de R$ 510 milhões e
R$ 511 milhões.
Os valores podem estar
distorcidos, já que o balanço
feito pelo Coaf soma débitos
e créditos considerados suspeitos e que, por tal condição, foram informados ao
conselho, que é o órgão de inteligência financeira do governo federal e integra o Ministério da Fazenda.
Por conta do sigilo de suas
atividades, o Coaf não informou o nome das pessoas físicas e jurídicas que constam
em seus relatórios e que, nas
operações consideradas suspeitas, poderiam ter praticado crime de lavagem de dinheiro, entre outros.
Laudo do Instituto Nacional de Criminalística da PF,
que integra a documentação
reunida pela operação Satiagraha, acusa Daniel Dantas
de não comunicar ao Coaf
movimentações financeiras
suspeitas realizadas pelo Opportunity em nome do banqueiro, de familiares e das
empresas do grupo.
De acordo com a lei, além
das operações de mais de R$
10 mil em dinheiro e, sob
qualquer modalidade, superiores a R$ 100 mil, os bancos
devem comunicar ao Coaf
movimentações consideradas conflitantes com o perfil
de seus clientes, como créditos muito acima dos ganhos
declarados pelo correntista à
Receita. Segundo o laudo, o
Opportunity não fez as devidas comunicações, "impossibilitando ações governamentais no combate à lavagem de
dinheiro nas operações do
grupo".
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