São Paulo, sábado, 1 de agosto de 1998

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Petista "derrapa' ao criticar Edward Amadeo
Lula comete gafe e defende desemprego

Rogério Assis/Folha Imagem
Lula e Marta Suplicy durante lançamento do programa de saúde


PATRÍCIA ANDRADE
da Reportagem Local

O candidato petista à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, cometeu ontem um ato falho ao criticar o ministro do Trabalho, Edward Amadeo, dando a entender que estaria na torcida pelo crescimento do desemprego.
"O ministro estava tão otimista que dizia que o desemprego ia cair. Como Deus é grande e ainda não foi privatizado, o desemprego subiu", disse o candidato, para logo em seguida emendar: "Isso não é nenhum motivo de alegria, mas o ministro, em vez de se explicar para a população, ficou esculhambando o Dieese e o Seade".
Lula se referia à última pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), que constatou uma taxa de desemprego de 19% da população economicamente ativa na Grande São Paulo. O índice anterior foi de 18%.
A derrapada verbal de Lula pode ser comparada com a frase do presidente Fernando Henrique sobre os aposentados. O presidente disse, há três meses, que "quem se aposenta com menos de 50 anos é vagabundo". Depois da gafe, Lula esforçou-se para explicar sua declaração, numa tentativa de fugir do estereótipo do político que abraça a tese do "quanto pior, melhor".
Durante encontro com cerca de 1.300 sindicalistas, ele voltou ao assunto. "O governo tentou mentir a semana inteira dizendo que o desemprego iria cair. Eu disse que Deus não foi privatizado e os índices não caíram, numa perspectiva de que o governo não fez nada para cair (as taxas) e a mentira não prevaleceu".



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