São Paulo, domingo, 01 de setembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MS/OUTRO LADO

Documento é "leviandade", afirma assessoria

Zeca do PT diz não conhecer relatório, que chamou de 'terrorismo eleitoral'

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O governador de Mato Grosso do Sul, José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, informou por meio de sua assessoria de imprensa que não tem conhecimento do relatório da comissão de promotores e que por isso não iria atender a reportagem da Folha.
Falando em nome do secretário de Governo, Marcos Alex, a assessoria disse que o teor do relatório é "uma leviandade" e que o governo vai tomar "providências judiciais por danos morais contra os autores da denúncia".
A assessoria classificou o relatório de "terrorismo eleitoral" e disse que a notícia é "requentada e datada de 1999".
Sobre o caso DOF, a assessoria informou que "os principais acusados estão na cadeia". Afirmou também que "o governador está bem distante disso".
Em entrevista por telefone, o ex-secretário de Segurança Pública Franklin Martins disse que o cabo Manoel Figueiredo fez "algumas vezes" sua segurança na condição de secretário de Estado e que por isso viajava com ele a sua fazenda.
Martins nega que a sua camionete tenha sido usada pelo cabo Figueiredo para um sequestro. Apesar de o caso ter sido divulgado em 2000, disse que nunca havia sido questionado sobre ele.
O ex-secretário confirma que pediu a transferência dos três réus-colaboradores. Segundo ele, o sistema penitenciário é mais seguro do que uma delegacia e que, como secretário de Segurança Pública, tinha competência para fazer tal pedido.
O desembargador Horácio Pithan informou, via assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, que não pode falar sobre o processo de habeas corpus do major Marmo por razões éticas, já que ainda está em tramitação. Sobre o relatório, ele disse que não iria se pronunciar porque o desconhece.
Procurador-geral do Estado entre 99 e este ano, Wilson Loubet disse que a representação contra o procurador Norton Camatte em que Adão Leite foi testemunha "não tem nada a ver com o governador" e que não lembra se Zeca participou da ação.
Loubet disse que sua ligação anterior com Adão Leite foi apenas profissional, em um caso de pedido de habeas corpus.
Sobre o major Marmo Arruda, o advogado confirma que eles são primos em primeiro grau, mas nega que sejam próximos: "Eu não tenho ligação com parentes, não convivo com parentes, não tenho contato com esse pessoal."
Ele alega que não se lembra de ter sido seu advogado, conforme afirma o relatório. "Em todos os anos de profissão, já advoguei mais de 10 mil processos".
Sobre o relatório, Loubet classifica de "leviandade" ligá-lo ao caso DOF. "Eu vou saber quem são esses promotores para processar todos eles."
Loubet disse também que não sabia que seu ex-sócio Horácio Pithan havia julgado o habeas corpus do major Marmo. Ele confirma que namora a filha de Pithan, sua sócia no seu escritório Pithan e Loubet.
O advogado José Valeriano Fontoura diz que ele só fala após ler o relatório. O coronel Garcia, o major Marmo e o cabo Figueiredo não tiveram representantes legais seus localizados. (FABIANO MAISONNAVE)


Texto Anterior: Investigação começou em março de 2002
Próximo Texto: Para a Procuradoria Geral, caso é do STJ
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.