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outro lado
Senadora diz que exploração não tem regra clara
DO ENVIADO ESPECIAL A RIO BRANCO
Marina Silva considera
"natural" a disputa entre a
Natura e os índios ashaninkas e evita tomar partido. "Seria eu me colocar
no lugar de juiz", diz.
Segundo ela, há uma
"zona cinzenta" no marco
regulatório para exploração de produtos ligados a
comunidades tradicionais.
"Tem certa naturalidade
em que haja esse tipo de
processo. O problema é
que não existe um regramento claro sobre acesso
aos componentes da biodiversidade e conhecimentos tradicionais associados", afirma.
Marina é autora de um
projeto de lei de 1995
apresentando um marco
regulatório, nunca aprovado. Segundo ela, a proposta levada à Natura de exploração de plantas é compatível com a defesa de
uma "economia verde".
"Eu sempre busquei
empresários que tenham
sensibilidade para a agenda do desenvolvimento
sustentável. Agora, os problemas que surgem as empresas têm que resolver, e
a Justiça tem que se pronunciar no mérito", disse.
Já a Natura nega que tenha se apropriado indevidamente do conhecimento tradicional dos ashaninkas e justifica o acesso
ao murmuru com base na
literatura científica sobre
as propriedades da planta.
"Há trabalhos publicados sobre o tema desde
1941. Foi assim que obtivemos acesso ao princípio
ativo", diz Rodolfo Guttilla, diretor de Assuntos
Corporativos da empresa.
Segundo ele, a empresa
não explora o produto no
Acre, mas o acessa na região do Médio Juruá, no
vizinho Amazonas, mediante compensação para
comunidades locais. "Não
houve dolo ou má-fé em
nenhuma circunstância."
Guttilla afirma que o
termo de compromisso assinado com o governo do
Acre em 2003, que foi intermediado por Marina,
acabou não prosperando e
hoje está dormente. Segundo ele, a Natura remunera 23 comunidades em
vários Estados pelo uso de
produtos vegetais, o que
beneficia 2.000 famílias.
O diretor declara que o
uso do murmuru está registrado no Conselho de
Gestão do Patrimônio Genético, ligado ao Ministério de Meio Ambiente, como manda a lei.
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