São Paulo, Quarta-feira, 01 de Setembro de 1999
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CONTAS PÚBLICAS
No Orçamento, juros serão mais baixos e o país vai crescer
Previsão do governo conta com um cenário otimista

da Sucursal de Brasília

A equipe econômica estima que os juros, no próximo ano, serão os mais baixos desde o lançamento do Plano Real, o que permitirá o início de um período de quatro anos de crescimento econômico.
Nas projeções que servem de base para o Orçamento de 2000, os juros médios são de 13,4% anuais -as taxas do Banco Central, que já foram de 45%, estão hoje em 19,5% ao ano.
A taxa é ainda mais baixa se descontada da inflação esperada para o ano, entre 5% e 6%.
A queda nas taxas deverá contribuir para um crescimento de 4% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2000. Essa taxa se elevará a 4,5% em 2001 e a 5% em 2002 e 2003, segundo a previsão.
A economia brasileira não cresce a taxas superiores a 4% anuais desde 95, quando foi registrada variação de 4,22% do PIB.
Para sustentar suas hipóteses, o governo aponta que foi eliminada a principal causa dos juros altos dos últimos anos: a sobrevalorização do real em relação ao dólar.
Por esse raciocínio, o dólar barato gerava um excesso de importações que precisava ser compensado pela atração de capital externo por meio dos juros do BC.
No entanto, a equipe econômica já apontou em outras ocasiões o déficit público como principal causa das taxas estratosféricas.
Se for considerado o segundo diagnóstico, aumentam as dúvidas quanto à possibilidade de reduzir os juros. O déficit público, neste ano, deverá chegar aos R$ 88 bilhões mesmo com os esforços do governo.
Ironicamente, a principal razão do déficit é o pagamento de juros da dívida pública.


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