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CONTAS PÚBLICAS
No Orçamento, juros serão mais baixos e o país vai crescer
Previsão do governo conta
com um cenário otimista
da Sucursal de Brasília
A equipe econômica estima que
os juros, no próximo ano, serão
os mais baixos desde o lançamento do Plano Real, o que permitirá
o início de um período de quatro
anos de crescimento econômico.
Nas projeções que servem de
base para o Orçamento de 2000,
os juros médios são de 13,4%
anuais -as taxas do Banco Central, que já foram de 45%, estão
hoje em 19,5% ao ano.
A taxa é ainda mais baixa se descontada da inflação esperada para
o ano, entre 5% e 6%.
A queda nas taxas deverá contribuir para um crescimento de
4% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2000. Essa taxa se elevará a
4,5% em 2001 e a 5% em 2002 e
2003, segundo a previsão.
A economia brasileira não cresce a taxas superiores a 4% anuais
desde 95, quando foi registrada
variação de 4,22% do PIB.
Para sustentar suas hipóteses, o
governo aponta que foi eliminada
a principal causa dos juros altos
dos últimos anos: a sobrevalorização do real em relação ao dólar.
Por esse raciocínio, o dólar barato gerava um excesso de importações que precisava ser compensado pela atração de capital externo por meio dos juros do BC.
No entanto, a equipe econômica já apontou em outras ocasiões
o déficit público como principal
causa das taxas estratosféricas.
Se for considerado o segundo
diagnóstico, aumentam as dúvidas quanto à possibilidade de reduzir os juros. O déficit público,
neste ano, deverá chegar aos R$
88 bilhões mesmo com os esforços do governo.
Ironicamente, a principal razão
do déficit é o pagamento de juros
da dívida pública.
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