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Presidente do TSE pede reforço na segurança
Conflito com Planalto faz Marco Aurélio descartar PF
ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Marco
Aurélio de Mello, reforçou sua
segurança temendo sofrer represálias ou mesmo ataques
por causa do clima de radicalização na reta final.
Desde quinta-feira, ele circula em Brasília acompanhado de
um carro "não caracterizado"
(disfarçado), com três policiais
militares ou civis armados.
Marco Aurélio não quis que
seus assessores pedissem escolta da Polícia Federal, preferindo recorrer às polícias locais, por causa de uma relação
conflituosa com o Palácio do
Planalto e com o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT.
Já na sua posse na presidência do TSE, em 4 de maio deste
ano, o ministro usou seu discurso para dirigir duras críticas
ao governo.
"Não passa dia sem depararmos com manchete de escândalos. Tornou-se quase banal a
notícia de indiciamento de autoridades dos diversos escalões
não só por um crime, mas por
vários, incluindo o de formação
de quadrilha", disse, criando
mal-estar.
Além disso, o TSE analisa
uma representação do PSDB e
do PFL pedindo a impugnação
da candidatura de Lula, em
função da denúncia de compra
de um dossiê, por R$ 1,7 milhão, para prejudicar o presidenciável tucano, Geraldo
Alckmin.
Sendo assim, o presidente do
TSE cedeu à pressão de seus assessores para reforçar a segurança, mas determinando expressamente que nada fosse
pedido ao ministro da Justiça,
Márcio Thomaz Bastos, ou a
qualquer outra instância do governo federal.
Como ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), ele já
tem direito a um carro com motorista e um agente, mais uma
escolta exclusiva para sua casa.
Como a eleição está "esquentando" muito na reta final, os
assessores acharam que Marco
Aurélio poderia ser alvo de algum tipo de ataque ou constrangimento. Daí o reforço da
segurança.
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