São Paulo, domingo, 01 de outubro de 2006

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Presidente do TSE pede reforço na segurança

Conflito com Planalto faz Marco Aurélio descartar PF

ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Marco Aurélio de Mello, reforçou sua segurança temendo sofrer represálias ou mesmo ataques por causa do clima de radicalização na reta final.
Desde quinta-feira, ele circula em Brasília acompanhado de um carro "não caracterizado" (disfarçado), com três policiais militares ou civis armados.
Marco Aurélio não quis que seus assessores pedissem escolta da Polícia Federal, preferindo recorrer às polícias locais, por causa de uma relação conflituosa com o Palácio do Planalto e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT.
Já na sua posse na presidência do TSE, em 4 de maio deste ano, o ministro usou seu discurso para dirigir duras críticas ao governo.
"Não passa dia sem depararmos com manchete de escândalos. Tornou-se quase banal a notícia de indiciamento de autoridades dos diversos escalões não só por um crime, mas por vários, incluindo o de formação de quadrilha", disse, criando mal-estar.
Além disso, o TSE analisa uma representação do PSDB e do PFL pedindo a impugnação da candidatura de Lula, em função da denúncia de compra de um dossiê, por R$ 1,7 milhão, para prejudicar o presidenciável tucano, Geraldo Alckmin.
Sendo assim, o presidente do TSE cedeu à pressão de seus assessores para reforçar a segurança, mas determinando expressamente que nada fosse pedido ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, ou a qualquer outra instância do governo federal.
Como ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), ele já tem direito a um carro com motorista e um agente, mais uma escolta exclusiva para sua casa. Como a eleição está "esquentando" muito na reta final, os assessores acharam que Marco Aurélio poderia ser alvo de algum tipo de ataque ou constrangimento. Daí o reforço da segurança.


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