|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Lula vai reunir bancada "rebelde" do PMDB
Presidente deve encontrar os 19 senadores da sigla nesta semana para tentar reorganizar forças na Casa após derrotas em votações
Petista dá atenção à sigla, enquanto Walfrido cobra fidelidade de suplentes no Senado, como os de Hélio Costa e de Sérgio Cabral
KENNEDY ALENCAR
FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva atuará diretamente
nesta semana para conter a rebelião de 12 dos 19 senadores
peemedebistas e reorganizar
suas forças no Senado após a
derrota da semana passada,
quando foi derrubada uma medida provisória que criava uma
secretaria com status de ministro para o titular e mais de 600
cargos federais.
A Folha apurou que Lula se
reunirá com a bancada de 19
senadores. A data está em negociação -há possibilidade de
um jantar amanhã ou quarta.
Amanhã, o presidente reunirá o conselho político, formado
pelos presidentes dos partidos
aliados que sustentam a coalizão lulista, para pedir apoio a
futuras MPs sob o compromisso de que serão consultados antes de editá-las. Nesta semana,
Lula pretende enviar ao Congresso a MP que cria a rede pública de TV. Os líderes foram
chamados para essa reunião.
Segundo o líder do PMDB no
Senado, Valdir Raupp (RO), o
partido espera por um jantar
com Lula há mais de quatro
meses. "Com a crise no Senado,
a idéia de uma reunião esfriou.
Mas já procurei o ministro
Walfrido, para retomar a idéia.
Esperamos que isso aconteça
ainda nesta semana."
Morde e assopra
Enquanto Lula assopra, Walfrido dos Mares Guia (Relações
Institucionais) cobra fidelidade dos padrinhos políticos dos
rebeldes, principalmente suplentes cujos titulares da vaga
estão hoje em outros postos,
como o ministro Hélio Costa
(Comunicações) e o governador do Rio, Sérgio Cabral.
Walfrido já telefonou para
Cabral e pediu que ele enquadre Paulo Duque, segundo suplente de senador do PMDB
fluminense. O ministro das Comunicações recebeu um recado semelhante, disse ontem à
Folha um auxiliar de Lula.
Wellington Salgado (MG), suplente de Costa, assumiu o papel de porta-voz dos rebeldes.
Salgado disse na semana passada que o governo só atende
politicamente os "cardeais" do
PMDB e que os rebeldes seriam
"franciscanos" que desejam
"atenção e carinho" do Palácio
do Planalto. Leia-se: querem
cargos e verbas públicas.
"Os senadores do PMDB pediram carinho. Acho que o presidente deve se reunir com eles
e dar carinho. Só carinho.
Quem está na base do governo
deve apoiar e não fazer rebelião", disse Geddel Vieira Lima
(Integração Nacional).
A Folha apurou que Walfrido também já enviou mensagem ao governador André Puccinelli (PMDB-MS) para que peça a Valter Pereira, anfitrião
do jantar da semana passada
em que a rebelião foi planejada,
para que voltasse a assumir posições de defesa do governo.
Segundo articuladores políticos de Lula no Senado, a bancada se comprometeu a votar,
já nesta semana, a favor dos
projetos de interesse do governo, que estuda as reivindicações dos rebeldes. Lula também pediu ajuda ao presidente da Casa, Renan Calheiros (AL).
A rebelião ajudou Renan, que
se queixa de falta de solidariedade do PT.
Texto Anterior: Alijado, Requião vê disputa entre petistas e PSDB Próximo Texto: STF deve abrandar decisão sobre troca-troca Índice
|