|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Azeredo afirma não ter relação com depósitos a juiz
Valério pagou R$ 302 mil a integrante do TRE em 98
DA REPORTAGEM LOCAL
O senador Eduardo Azeredo
(PSDB-MG) negou ontem que
ele ou a coligação que apoiou a
sua tentativa de reeleição na
campanha eleitoral de 1998 tenham relação com os pagamentos feitos pelo publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza ao advogado e juiz
eleitoral de MG Rogério Tolentino. Os pagamentos foram citados no relatório da Polícia
Federal sobre o valerioduto de
Minas Gerais.
"É uma grosseira mentira,
uma mentira grosseira. Não tenho nada a ver com isso, é isso
que tenho a dizer", disse Azeredo. "Tá na hora de parar com
essa mentirada."
"A matéria [da Folha] é uma
mentira, não tem nada a ver comigo, não tenho nada a ver com
isso, nada a ver com minha
campanha", disse Azeredo.
Em reportagem publicada
ontem, a Folha revelou que
Tolentino e sua mulher, Vera
Maria, receberam cinco depósitos das empresas de Valério,
no valor de R$ 302,3 mil, entre
agosto e outubro de 1998. Segundo a PF, "recursos de estatais [foram] desviados para o
caixa de coordenação financeira da campanha".
Na época dos depósitos, Tolentino atuava como juiz do
TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Minas Gerais. Integrava uma lista tríplice de candidatos à vaga destinada aos
advogados e foi nomeado para
o cargo em julho daquele ano
pelo então presidente, Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Segundo levantamento feito
pela reportagem, Tolentino votou favoravelmente ao candidato tucano em processos que
tramitaram no TRE mineiro.
Tolentino, que depois virou
sócio de Valério numa de suas
empresas, é hoje réu no processo que apura o mensalão coordenado pelo PT, pelos supostos
crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e formação
de quadrilha.
Indagado se conhecia ou não
Tolentino, Azeredo afirmou:
"Olha, o que tenho a dizer é o
que estou dizendo a você, certo? É mais uma mentira, lamento que o jornal não tenha
me ouvido antes".
Sobre o comportamento da
Justiça Eleitoral em relação à
sua candidatura, Azeredo afirmou: "Que eu me lembre, fui
até prejudicado. Eles [adversários] tiveram direito de resposta que eu não tive".
Em entrevista ao jornal "O
Estado de S. Paulo", ontem, o
ministro Walfrido dos Mares
Guia disse que "põe as mãos no
fogo" por Azeredo. Walfrido foi
vice do então governador
(1995-1998). "Esse é um fato
que não só ele que declara, os
mineiros todos me conhecem,
sabem disso", disse Azeredo.
(RV)
Texto Anterior: Ministro diz que as viagens eram "orientadas' Próximo Texto: Mercosul: Mesmo sem "bola de cristal", Amorim vê Venezuela no bloco Índice
|