ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

Escolhido pelo PT para combater a hegemonia do ex-governador Anthony Garotinho (PMDB) na Baixada Fluminense, o deputado federal Lindberg Farias cumpriu sua missão e se elegeu ontem prefeito de Nova Iguaçu. Lindberg conquistou 57,74% dos votos, contra 42,26% do atual prefeito Mario Marques (PMDB).
"O resultado das urnas é a resposta do povo aos ataques desleais do meus adversários, é o desejo de mudança da população. Só tenho a agradecer à calorosa hospitalidade desse povo, que me recebeu de braços abertos", comemorou Lindberg, 34.
Para ele, as vitórias do PT em Nova Iguaçu e do PDT em Campos fazem de Garotinho o grande perdedor no Estado.
"Garotinho tem de tomar esta eleição como aprendizado, porque o método dele de fazer politica está sendo derrotado. A apreensão dos R$ 318 mil, na sexta-feira, em Campos, é o final de uma campanha desastrosa, do vale-tudo", afirmou.
Animado pelo resultado da pesquisa do Ibope, que no sábado apontou Lindberg com 60% dos votos válidos, o PT foi para a votação em clima de "já ganhou". Ao votar, pela manhã, o candidato já dividia os méritos de sua campanha com o prefeito do Rio de Janeiro, que o apoiou desde o primeiro turno. "O PT entrou na campanha como zebra e pode sair como o grande vencedor, junto com Cesar Maia", disse ele.
O deputado federal Rodrigo Maia (PFL), filho de Cesar Maia, e a ex-ministra da Assistência Social e ex-governadora Benedita da Silva acompanharam Lindberg ao local da votação.
Mario Marques acusou o governo federal de financiar a campanha de Lindberg. "Lamento profundamente que esteja rolando tanto dinheiro aqui. Lula deveria gastar dinheiro é com a fome do trabalhador", disse. Segundo a assessoria de Lindberg, o orçamento da campanha foi de R$ 3,5 milhões e não houve dinheiro do governo federal.
Por ter transferido seu domicílio eleitoral para Nova Iguaçu pouco antes do início da campanha, Lindberg foi rotulado de "forasteiro" e de "estrangeiro" pela coligação de Marques.
O PMDB espalhou semana passada panfletos pelas ruas de Nova Iguaçu responsabilizando o candidato petista pela suspensão, até o dia da eleição, do programa do governo estadual de distribuição de cestas básicas. A medida foi tomada pela Justiça Eleitoral a pedido do Ministério Público.


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