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Outro lado
Senadores afirmam não ver "conflito de interesses"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Senadores que assistiram ao
show como convidados da
TAM dizem não ver conflito de
interesse pelo fato de a empresa ser investigada no Congresso. Para a companhia aérea,
promover sessões fechadas "é
uma das propriedades de relacionamento desse patrocínio".
"A TAM informa que apóia
projetos culturais e, desde o
ano passado, é patrocinadora
dos espetáculos do Cirque du
Soleil apresentados no Brasil.
Desta forma, a realização de
sessões fechadas nas localidades onde o grupo faz suas apresentações é uma das propriedades de relacionamento desse
patrocínio", disse, em nota. Segundo a TAM, foram 400 ingressos para autoridades, congressistas e jornalistas.
Presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), que
chegou a comandar a CPI do
Apagão Aéreo, disse que recebeu dois convites porque é
cliente "fidelidade vermelho"
-plano de milhagens da TAM.
"O convite era no dia que minha esposa podia ir, não vejo
qualquer relação com a CPI, é
vínculo zero, não houve nenhum contato com diretor. Poderia não ter ido naquele dia e
ir hoje [ontem], que foi a Globo
que deu quatro [convites]. Se
fosse da Folha também iria,
não vejo maldade", disse Tião.
Ideli Salvatti (PT-SC) disse
que o fato de ter ido a convite
"não muda nada sua posição
sobre a CPI". Ela ironizou: "Ali,
dava quórum para plenário".
Eduardo Suplicy (PT-SP)
afirmou que foi ao espetáculo
atendendo a um chamado da
organização do evento e não
sabia que era da TAM. Augusto
Botelho (PT-RR) disse que "só
foi por insistência de Suplicy".
"Se há alguém que a TAM
não deve gostar sou eu, que briguei pela Varig. Pensei que tinham comprado o ingresso, fiquei sabendo quando estava
lá", disse Pedro Simon (PMDB-RS). "Não interfere em nada,
não muda minhas posições, inclusive sobre os serviços prestados pela TAM", afirmou Sérgio Guerra (PSDB-PE).
Heráclito Fortes (DEM-PI) e
Marco Maciel (DEM-PE) afirmaram por meio de assessoria
que "não há conflito de interesses". Romero Jucá (PMDB-RR)
não comentou.
O ministro Marco Aurélio
Mello disse que "de forma alguma" vê empecilho ao fato de ter
aceitado convite da Globo.
"Havia várias autoridades e
não se pode vislumbrar aí qualquer comprometimento. O dia
em que um juiz for alcançado
na sua honorabilidade por um
convite para espetáculo circense, estará muito vulnerável, e
isso será péssimo à sociedade."
O Bradesco afirmou, por
meio da assessoria, que convidou clientes de varejo, "prime",
"private", empresarial, "corporate", acionistas, funcionários e
parceiros, e que, entre eles, havia congressistas e autoridades
que não são clientes, mas em
número reduzido.
A assessoria da Central Globo de Comunicação disse que o
evento de anteontem foi destinado a funcionários -cada um
recebeu dois convites. Mas
que, como havia muitos lugares, foram convidados também
"fornecedores, clientes, integrantes do mercado publicitário, parceiros em projetos sociais e autoridades". Informou
ainda que foram convidados "o
público com o qual a Globo tem
relacionamento".
A assessoria da Aeronáutica
não comentou a presença do
comandante, José Nery
(PSOL-PA) está no exterior e
Inácio Arruda (PC do B-CE)
não ligou de volta.
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