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BIRD
Para país, participação da comunidade deve pautar liberação de verba contra pobreza
Alemanha quer mudar prioridades
LYDIA MEDEIROS
enviada especial a Canindé (CE)
Para a Alemanha, a participação
da comunidade deve ser um dos
principais critérios para o financiamento de projetos de combate
à pobreza pelo Banco Mundial
(Bird). Terceiro doador do banco,
o governo alemão pretende usar
sua influência no organismo para
fazer valer essa prioridade.
Hans-Dietrich Lehmann, diretor-geral do Ministério de Cooperação Econômica e Desenvolvimento, voltou a Bonn, depois de
participar da Conferência das Nações Unidas para o Combate à
Desertificação, ocorrida na semana passada, em Recife (PE), disposto a reforçar essa visão junto a
seus superiores. "Não adianta dar
recursos para a construção de
açudes. Vale mais à pena investir
nos projetos que contam com a
iniciativa da sociedade", disse.
Segundo o chefe do departamento da cooperação técnica e financeira da embaixada alemã em
Brasília, Otmar Greiff, seu país
dedica cerca de R$ 7 bilhões a projetos de cooperação internacional. No ano passado, o Brasil recebeu R$ 3 bilhões da Alemanha: R$
1,4 bilhão do governo e R$ 1,6 bilhão em programas em parceria
com outras instituições.
A delegação alemã visitou em
Canindé (cerca de 2 h de Fortaleza) o projeto piloto do governo do
Ceará, o Prodham (Programa de
Desenvolvimento Hidroambiental), braço do Progerirh (Programa de Gerenciamento e Integração dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará), um programa de
US$ 248 milhões -US$ 112 milhões do Estado e US$ 136 milhões
do Bird. E os alemães querem
participar.
"Projetos como o que vi em Canindé são exemplos de programas que o Banco Mundial deve
apoiar, porque há envolvimento
da comunidade", disse Lehmann.
A Alemanha quer levar a oito
municípios da região da Serra do
Baturité o Prorenda, projeto que
já desenvolve no litoral cearense e
em outros Estados brasileiros
desde 1990 (PA, BA, PE e RS).
Junto a ONGs e aos governos estaduais (que entram com 50% dos
recursos como contrapartida à
cooperação internacional), o Prorenda pretende capacitar agricultores e técnicos para criar e fortalecer pequenas agroindústrias.
Chistof Küchemann, diretor da
GTZ, a agência alemã responsável
pela cooperação técnica, diz que
hoje o ambiente é favorável ao
Prorenda, graças ao papel das
ONGs e da municipalização. Para
ele, um dos objetivos do projeto é
influenciar as políticas públicas.
O programa que entusiasmou
os alemães baseia-se na construção de barragens subterrâneas,
que armazenam a água da chuva e
tornam o solo mais úmido, permitindo o plantio.
A jornalista Lydia Medeiros viajou a convite
da Embaixada da Alemanha
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