As críticas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso mobilizaram o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que reagiu de maneira incisiva à acusação de que a atual gestão seria "incompetente". Vários ministros foram ao contra-ataque, a maioria deles desqualificando a herança que receberam do governo tucano. Moderado nas críticas, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse não entender por que alguém sempre "tão elegante" se desviou de sua "tradicional condição".
Para o senador petista Cristovam Buarque (DF), não há incompetência no governo, mas falta de visão social, turvada por uma "mentalidade sindical".
Lula foi aconselhado a não entrar diretamente na polêmica, até para não ofuscar a divulgação do resultado positivo do PIB. A assessores, no entanto, qualificou a intervenção de FHC como um "jogo sujo". Na véspera, ao participar de um debate, o ex-presidente conclamou o PSDB a "sair de casa" e fazer a disputa política com o governo e o PT, que chamou de "tigre de papel".
As declarações de Fernando Henrique também repercutiram no PSDB. O partido entendeu que, com o gesto, FHC ocupa um espaço político e se apresenta como a referência central da oposição a Lula. O governador Geraldo Alckmin (SP), que vem sendo lembrado como candidato à Presidência, endossou FHC. Já Aécio Neves aproveitou o episódio para condenar a antecipação do debate sucessório de 2006. Foi um recado velado a Alckmin.


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