São Paulo, quarta-feira, 01 de dezembro de 2004

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DO OUTRO LADO

Slogan "Fora FHC" dividiu a esquerda

Oposição cogitou o impeachment de FHC

DA REDAÇÃO

Em 1999, o reeleito à Presidência Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) viu a oposição ao seu governo discutir se pedia ou não o impeachment dele. O slogan "Fora FHC" foi adotado por parte da esquerda, organizações de sem-terra e movimentos sindicais.
A discussão sobre o pedido de impeachment de FHC foi motivada, principalmente, por supostas irregularidades na privatização das teles. De um lado, PDT, PC do B e PSTU lideravam a corrente dos favoráveis à saída de FHC. De outro, PSB, PCB e PT se dividiam.
A "Marcha dos 100 Mil", organizada pela oposição e que reuniu 75 mil pessoas em agosto de 1999, expôs a divisão da oposição. Embora a palavra de ordem do ato em Brasília tenha sido "Fora FHC", houve divisão sobre o documento do manifesto. A resistência era contra o item que defendia o pedido de impeachment do então presidente. À época, Fernando Henrique Cardoso se referiu à manifestação como a "marcha dos sem-rumo".
A adoção do slogan "Fora FHC" -e da idéia de impeachment contida nele- opôs também lideranças petistas. A ala mais radical da sigla defendia o afastamento do presidente e a convocação de eleições gerais. Em artigo publicado na Folha em janeiro de 99, Tarso Genro (atual ministro da Educação) defendeu a convocação de novas eleições presidenciais. Em outro (11/3/99), chamou FHC de "presidente fora da lei".
Já a ala moderada do PT -entre eles o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva- era contra o impeachment. Os moderados defendiam a instalação da CPI da Telebrás para investigar possível envolvimento de FHC em irregularidades.

PT dividido
Em outubro de 99, encontro estadual do PT-SP aprovou a utilização do "Fora FHC e o FMI". O tema voltou a ser discutido durante congresso nacional do PT de novembro. A ala moderada da sigla saiu fortalecida do encontro com a rejeição do debate sobre o slogan. A saída foi escolher a tese meio-termo que reconhecia o direito das entidades sociais de defenderem o slogan nas ruas.


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