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PT NO DIVÃ
Carta ignora demanda da base para manter ministérios sociais com o partido
Prefeitos eleitos dão apoio a governo
JULIA DUAILIBI
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A cúpula do PT promoveu a elaboração de um documento que
defende o governo Luiz Inácio
Lula da Silva e ignora a demanda
da base do partido para que os
ministérios sociais sejam mantidos com a legenda. A carta, aprovada simbolicamente, foi apresentada como manifestação legítima dos prefeitos petistas.
O documento, chamado "Carta
de Brasília", foi apresentado ontem, último dia do Encontro Nacional de Prefeitos e Prefeitas do
PT. Faz referências elogiosas ao
governo Lula, ao destacar a "grande obra" da gestão petista no plano federal e a "inovação positiva"
em curso no país.
A carta foi formulada na noite
de anteontem, com a presença de
apenas quatro integrantes do partido. Não abordou, portanto, as
intervenções feitas pelos prefeitos
ontem, quando ocorreram as palestras com ministros da legenda.
Durante as exposições, houve
declarações a favor de que as pastas consideradas estratégicas, como Saúde, Cidades e Educação,
sejam mantidas com o PT.
"Aqui não era o foro para discutir reforma ministerial nem fazer
ataques à política econômica do
presidente Lula", afirmou o secretário de Assuntos Institucionais
do partido, Paulo Ferreira.
O PT deve perder espaço no governo com as alterações que o
presidente Lula pretende fazer em
seu ministério. Os pedidos da base para a manutenção de pastas
com o partido causam constrangimento na cúpula, uma vez que o
PT sabe que deverá ceder espaço
em nome da "coalizão".
"Isso é a manifestação de alguns
companheiros, mas não reflete o
ponto de vista do partido", disse o
presidente do PT, José Genoino.
Os prefeitos eleitos de Nova
Iguaçu (RJ) e Fortaleza (CE),
Lindberg Farias e Luizianne Lins,
respectivamente, chegaram a propor uma moção para que os ministros Olívio Dutra (Cidades),
Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e Humberto Costa (Saúde) fossem mantidos no cargo,
mas o ato foi esvaziado no decorrer do dia. Eles foram ao encontro
e deram respostas idênticas sobre
a possibilidade de perderem seus
cargos: "É prerrogativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva".
O ministro José Fritsch (Pesca),
que esteve na reunião, disse que o
rompimento da aliança com o
PMDB em Santa Catarina "não
foi nenhuma loucura", apesar de
desobedecer à direção do PT.
O evento de dois dias, com 342
dos 411 prefeitos eleitos, ocorreu
em um hotel de Brasília e custou
R$ 60 mil, segundo Delúbio Soares, secretário de Finanças do PT.
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