São Paulo, quarta-feira, 01 de dezembro de 2004

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Alckmin diz que governo Lula está "paradinho"

DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse ontem que as críticas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) são alerta à gestão Lula.
"O presidente Fernando Henrique tem feito críticas administrativas e políticas, não ofensas. Sou adepto de Santo Agostinho, prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me adulam, porque me corrompem. É um alerta do presidente Fernando Henrique, porque o governo está paradinho, paradinho", disse.
Alckmin participava da inauguração das passagens subterrâneas da Estação da Luz ligando a estação da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos ao Metrô. Anteontem, FHC disse que o governo Lula é incompetente.
Alckmin afirmou também que as eleições não devem ser usadas como desculpa pelo governo federal. "Quais as áreas que não estão [paradas]? É evidente que este ano foi muito devagar. Essa coisa de que eleição deve parar é equivocada, até porque o Brasil tem eleição de dois em dois anos."
Sobre sua suposta candidatura à Presidência em 2006, o governador disse: "Eu só sou candidato a fazer um bom governo em São Paulo e ponto final. O presidente Fernando Henrique é um dos melhores quadros que nós temos".
Ainda sobre as críticas de FHC, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse ontem que 2005 não deve ser transformado em ano eleitoral. Ele evitou comentar diretamente as declarações de FHC, mas o isentou de estar entre os que já seguem rumo a 2006. "Eu tenho essa preocupação e farei um esforço enorme para que 2005 não fique na história como o ano que não existiu. E alguns tentam caminhar nessa direção, não digo o presidente FHC, mas há um movimento grande de candidaturas aqui e acolá."
Aécio deu mostras de que, por enquanto, não está disposto a seguir a recomendação de FHC, que, após incitar a oposição a abolir as "luvas de pelica", disse que "a vitória em 2006 tem que começar com uma vitória da convicção". O mineiro afirmou: "Não vejo que isso [antecipar 2006] seja bom para o país. A minha palavra será sempre de serenidade, mais do que isso, na busca da construção de uma agenda para 2005".

Confusão no Senado
As críticas de FHC também provocaram turbulência no Senado. A oposição reagiu aos ataques feitos a Fernando Henrique Cardoso pelo líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), e se negou a votar uma MP (medida provisória) cuja validade venceu ontem.
A matéria arquivada autorizava o governo a conceder ajuda humanitária às vítimas de um incêndio ocorrido no Paraguai. O efeito prático do arquivamento é nulo, já que a ajuda humanitária já foi concedida, mas o fato representou uma derrota para o governo. PSDB e PFL quiseram lembrar que o Palácio do Planalto depende da oposição no Senado.


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