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CASO BANPARÁ
Suposto crime de desvio de dinheiro prescreveria neste sábado
STF deve abrir processo contra Jader
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A três dias da prescrição do caso Banpará, o STF (Supremo Tribunal Federal) deverá abrir hoje
um processo criminal contra o
deputado federal Jader Barbalho
(PMDB-PA) para apurar se houve
desvio de dinheiro daquele banco
quando ele era governador do Pará, entre os anos de 1984 e 1987.
O procurador-geral da República, Claudio Fonteles, denunciou
Jader Barbalho por peculato, em
março deste ano. Para Fonteles, o
ex-governador paraense participou de um "ardiloso esquema criminoso", que envolvia a transferência de verbas públicas do Banpará para aplicações em fundos
de renda fixa no banco Itaú.
No próximo sábado, a primeira
transferência de verba completará 20 anos. A partir dessa data, o
caso estará prescrito, ou seja, sem
possibilidade de punição dos responsáveis se o processo criminal
não for aberto. Se for aberto, a
contagem do prazo recomeçará
da estaca zero.
A denúncia começou a ser apreciada pelo Supremo na quinta-feira da semana passada, mas o julgamento foi suspenso por um pedido de vista feito pelo ministro
Marco Aurélio de Mello.
Já há votos suficientes para a
abertura da ação penal -quando
isso ocorrer, Jader Barbalho irá se
tornar réu. Dos 11 ministros, seis
se manifestaram dessa forma e
um foi contrário -para Gilmar
Mendes, o caso já está prescrito.
No primeiro momento, Marco
Aurélio não deu garantias de que
levaria o inquérito de volta ao plenário do Supremo antes da prescrição do suposto crime, mas na
última segunda-feira ele se comprometeu a reapresentá-lo hoje.
Sudam
Se for instaurada, essa será a primeira ação penal contra o deputado Jader Barbalho no Supremo
Tribunal Federal.
Ele também é acusado de desvio
de dinheiro da Sudam (Superintendência do Desenvolvimento
da Amazônia) e de venda de
TDAs (títulos da dívida agrária)
que teriam sido emitidos de forma fraudulenta quando ele foi
ministro da Reforma e do Desenvolvimento Agrário, no governo
do ex-presidente José Sarney.
O inquérito do caso Banpará
tramita no Supremo desde agosto
de 2001. Por ordem do relator,
Carlos Velloso, houve a quebra do
sigilo bancário de Jader e de outras 48 pessoas, e a Polícia Federal
pôde examinar a movimentação
financeira de todos eles, de janeiro de 1984 a junho de 1990.
Na época, Jader era senador,
mas renunciou ao mandato para
escapar de processo de cassação.
Em 2002, ele se elegeu deputado.
Ele sempre negou as acusações.
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