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FHC ataca a idéia e diz que nunca pensou em TV quando presidente
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Antecessor do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, Fernando
Henrique Cardoso (PSDB) disse não apoiar a iniciativa da nova televisão pública.
Para ele, a estrutura de comunicação já existente sob
controle do governo federal, e
que o tucano conheceu bem, já
é suficiente para a tentativa de
assegurar os objetivos que Lula
e os petistas dizem querer alcançar com a iniciativa.
"O governo já possui a TVE,
São Paulo tem uma TV educacional, outros lugares também.
Eu não vejo razão, não vejo necessidade de uma nova rede",
afirmou à Folha. O ex-presidente disse ainda que em seus
oito anos de Planalto nem sequer chegou a cogitar a possibilidade. "Não passou pela minha
cabeça criar algo assim enquanto fui presidente."
Controle e propaganda
Geraldo Alckmin, também
tucano e governador de São
Paulo por cinco anos, é mais direto: "É um objetivo claramente de controle dos meios de comunicação", disse.
Segundo ele, derrotado por
Lula na disputa presidencial
em 2006, a criação da TV pública será um desperdício de dinheiro. "Não há nenhuma razão em criar outra televisão.
Aliás, esse governo é o campeão
em gastar com publicidade, é
uma coisa totalmente desnecessária", disse.
Para o vice-governador de
São Paulo, Alberto Goldman
(PSDB), um dos homens de
confiança de José Serra, o Planalto poderia ter articulado
uma rede que unisse com mais
eficiência todos os canais públicos e educativos já existentes. "Para nós, isso pressupõe a
tentativa de organizar um instrumento de propaganda. Não
há a menor necessidade."
Os tucanos estudam a criação de uma comissão suprapartidária que acompanhe a programação da nova TV.
Nos bastidores, o temor é que
ela se transforme na "TV Lula"
e sirva como um instrumento
de campanha dos petistas e de
seus aliados na eleição de 2010,
especialmente nos grotões do
país.
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