|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sub de Arruda é afastado das obras da Copa de 2014
FILIPE COUTINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dos principais articuladores do governador José Roberto Arruda (DEM) no suposto esquema de propinas, Fábio
Simão será afastado do comando das obras do governo para a
Copa do Mundo de 2014.
Simão atua como coordenador do comitê organizador de
Brasília na Copa de 2014, além
de ser ligado ao presidente da
CBF (Confederação Brasileira
de Futebol), Ricardo Teixeira.
Ele foi afastado na sexta-feira
do cargo de chefe de gabinete
pessoal de Arruda. Como ontem foi feriado local no DF, a
medida ainda não foi publicada
no "Diário Oficial". Simão não
foi localizado pela Folha.
"O afastamento alcança todas as suas atividades administrativas", disse o corregedor do
Distrito Federal, Roberto Giffoni.
A reforma do estádio Mané
Garrincha é a principal obra do
governo local sob comando de
Simão. A obra custará R$ 520
milhões e deve ser iniciada em
abril de 2010, quando Brasília
completa 50 anos. O estádio
deve estar pronto até o fim de
2012. O objetivo é expandir a
capacidade do estádio para 70
mil lugares. Destes, 10 mil cadeiras serão destinadas a políticos, convidados e jornalistas.
R$ 360 milhões
O DF deverá receber da
União R$ 360 milhões para as
obras da Copa. O dinheiro será
usado na construção do Veículo
Leve sobre Trilhos.
A dupla função de Simão no
governo representa a proximidade entre a cúpula da política
local e o futebol do Distrito Federal. Além de chefiar o gabinete de Arruda e cuidar da Copa
em Brasília, ele acumula a presidência da Federação Brasiliense de Futebol.
Antes de chefiar o gabinete
de Arruda, Simão foi assessor
do secretário da Casa Civil, José Geraldo Maciel. Segundo o
relatório da Polícia Federal,
Maciel era quem distribuía as
supostas propinas. "Aquela
despesa mensal com político
sua está em quanto?", pergunta
o governador a Maciel em uma
das conversas gravadas.
Segundo Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais, Simão recebeu cotas
entre R$ 20 mil e R$ 60 mil do
suposto dinheiro arrecadado.
Simão é influente nos bastidores da política brasiliense
desde o governo de Joaquim
Roriz de 1991 a 1994. Ele era assessor pessoal de Roriz e, na
época, foi acusado de irregularidades na administração. Em
1994, a Câmara Legislativa tentou criar uma CPI para investigá-lo, num desdobramento da
CPI do Orçamento da Câmara
dos Deputados. A base aliada de
Roriz derrubou a CPI.
Filiado ao PMDB, Simão foi
um dos apoiadores da aliança
com Arruda. O acordo levou
Roriz a sair do partido e ingressar no PSC. Antes de romper
com Roriz para apoiar Arruda,
Simão também foi assessor do
senador cassado Luiz Estevão e
diretor do Brasiliense, time
presidido por Estevão.
Texto Anterior: Em vídeo, empresário põe dinheiro na cueca Próximo Texto: Deputado pôs dinheiro na meia por "segurança" Índice
|