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OUTRO LADO
Empresário disse que não conhece dono de "offshore"
DA REPORTAGEM LOCAL
O empresário Ronan Maria
Pinto afirmou, em depoimento
prestado ao Ministério Público,
desconhecer o verdadeiro proprietário da Roanoake Holding, que foi sua sócia em duas
empresas de transporte.
Ronan afirmou que, antes de
assumir como sócio na Expresso Nova Cuiabá, foi "apresentado" à "offshore" por Ricardo
Adriane de Oliveira e José Renato Bandeira de Araújo Leal,
então donos da viação.
Em junho de 1998, Ronan entrou para a sociedade no lugar
de Oliveira, com 50% das
ações. Os outros 50% ficaram
com a Roanoake, representada
no contrato por Leal.
Ronan afirmou ainda aos
promotores criminais de Santo
André que desconhecia a movimentação de dinheiro no exterior por meio da Roanoake. E
disse estranhar um possível envio de dinheiro, já que a Expresso Nova Cuiabá não havia
dado lucro para os sócios.
Fernando Magalhães Milman, que aparece como o primeiro procurador da Roanoake no Brasil, conversou rapidamente com a Folha por telefone. Primeiro disse que "nunca"
havia enviado dinheiro para o
exterior e que não conhecia a
Roanoake Holding.
Ao ser informado de que a reportagem tinha documentos
que informavam o contrário,
mudou sua declaração. Disse
que foi procurador da Roanoake "há muito tempo, há muito
tempo, mas não me lembro até
quando". Sobre envio de dinheiro, em uma frase não concluída, afirmou: "Só se for
quando ...". Interrompeu a
conversa dizendo que estava
em um restaurante e voltaria a
ligar para a reportagem, o que
não havia ocorrido até ontem.
O empresário Leal foi procurado pela Folha em suas empresas de transporte em Cuiabá, mas funcionários informaram que ele estava em viagem e
não poderia ser localizado.
A Folha telefonou para a Agipar, no Rio de Janeiro, mas o
telefone estava direto no aparelho de fax. No telefone registrado em nome Gilberto Alves
Costa, representante da Agipar, ninguém atendeu às chamadas.
(RV e LC)
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