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Empresas de ônibus remeteram R$ 37 mi
DA REPORTAGEM LOCAL
Empresas de transporte coletivo urbano pertencentes ao empresário de Mauá (SP) Baltazar
José de Souza remeteram para o
exterior pelo menos R$ 37,5 milhões entre 1996 e 1998, segundo
registros do Banco Central.
O grupo de Baltazar está sob a
mira da Receita Federal, da Polícia Federal e do Ministério Público de São Paulo por suposta sonegação de imposto, evasão de divisas e desvio de dinheiro público
por meio de contratos firmados
com prefeituras do Estado de São
Paulo. O Ministério Público já investigava remessas atribuídas a
três empresas de Baltazar. Agora,
com os novos levantamentos entregues pelo BC à CPI do Banestado, o número subiu para nove.
Em depoimento à Promotoria
da Cidadania paulistana, em novembro, Baltazar disse desconhecer quem "efetuou tais transferências" em nome das empresas.
No total, segundo informações
do Banco Central, as transportadoras de Baltazar efetuaram pelo
menos cem operações de envio de
dinheiro para o exterior. As movimentações foram feitas pelas viações Januária, Barão de Mauá,
Campo Limpo e Riacho Grande,
pelas empresas Auto Ônibus Santo André, Princesa do ABC, Santo
Estevam e São Bento e pela Transportadora Real São Paulo.
As viações Santo Estevam e a
Campo Limpo operaram no município de São Paulo até 1998, segundo informou Baltazar.
Pelas planilhas do Banco Central, o dinheiro enviado vai para
os EUA e para paraísos fiscais
(Bahamas, Luxemburgo, Uruguai
e Ilhas Cayman).
Em seu depoimento ao Ministério Público, Baltazar confirmou
ser o dono das transportadoras,
porém negou qualquer participação na remessa de verbas para o
exterior -as movimentações não
foram registradas em seu Imposto de Renda. Quando foi ouvido, a
Promotoria Cível conhecia as
operações financeiras efetuadas
pelas empresas Campo Limpo,
Riacho Grande e Januária.
Essas três empresas, disse Baltazar aos promotores Sérgio Turra
Sobrane e Silvio Marques, nunca
enviaram dinheiro para os Estados Unidos.
(RV e LC)
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