|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OUTRO LADO
Sócio da empresa diz desconhecer casa de câmbio
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos sócios da empresa
Cpem (Consultoria para Empresas e Municípios), Luiz Alberto Rodrigues, negou ter realizado transação financeira
com a casa de câmbios Guarani, de Ciudad del Este, no Paraguai. Segundo ele, a Cpem nunca fez uma transação internacional. Rodrigues disse ser dono da Cpem desde 1985. A empresa está parada desde 1996,
segundo ele. A seguir, trechos
da entrevista.
(RV)
Folha - A CPI localizou um depósito da Cpem para a Guarani
Câmbios. Qual o motivo desse
depósito?
Luiz Alberto Rodrigues - Como a Cpem paralisou há tempos, encerrou as atividades, a
única coisa que a gente ficou
sabendo numa época, [sobre a
qual] eu já depus, foi um carro
que nós compramos numa
concessionária, numa revenda
de veículos, e esse carro aí, o
cheque, esses caras rolaram para algum lugar, entendeu? Por
conta disso, mas a empresa
nunca teve transação internacional.
Folha - Esse carro era avaliado
em quanto?
Rodrigues - Eu não me lembro, porque já faz três anos que
fui intimado, entendeu? Dois
anos e pouco.
Folha - Qual a marca e o modelo?
Rodrigues - Ah, meu contador
que levantou na época. Nós
compramos vários carros de
uma concessionária de São
Bernardo. No momento, não
sei qual carro. Aí teria que falar
com o meu advogado, porque
não tenho mais o detalhe disso.
Quem fez o levantamento na
época foram o contador e o advogado.
Folha - Nesse caso, qual foi a
empresa de câmbio que atuou?
Rodrigues - Não teve casa de
câmbio. Foi a concessionária.
Folha - A concessionária usou o
cheque?
Rodrigues - É.
Folha - No caso da CPI, não se
trata de cheque, se trata de um
depósito em dinheiro.
Rodrigues - Não, isso não
existe. Aí se você falar para
mim, não conheço isso aí. Não
conheço, não existe.
Folha - Talvez outros sócios poderiam ajudar a entender esse
depósito. O depósito é de US$
259 mil.
Rodrigues - Não, aí... Só sendo
intimado [pela Justiça] mesmo.
Eu não fui intimado, o Ribeiro
[o outro sócio, José Araújo]
não foi intimado. Você tem informação privilegiada, eu não
tenho.
Folha - Você oficialmente não
recebeu nenhum...
Rodrigues - Nada disso [comunicação] veio para mim.
Folha - O sr. conheceu ou se relacionou com alguém da Guarani Câmbios?
Rodrigues - Desconheço.
Nunca ouvi falar de Guarani
Câmbios.
Folha - Os srs. fizeram algum
depósito em Foz do Iguaçu?
Rodrigues - Não. Nosso negócio era em São Paulo, só.
Folha - Nunca se relacionou
com ninguém em Foz?
Rodrigues - Não.
Folha - Como está hoje a
Cpem?
Rodrigues - Fechada.
Folha - Por que motivo, o que
aconteceu?
Rodrigues - Porque ela perdeu
vários contratos e paralisou. Só
temos ações [judiciais] hoje.
Como os órgãos públicos não
pagavam, na época anterior à
Lei de Responsabilidade Fiscal,
todo mundo dava calote. A empresa não conseguiu agüentar e
paralisou. Muitos calotes. Temos várias ações ganhas contra
eles.
Folha - Sobre as denúncias do
passado, na década de 90, o que
o sr. tem a dizer a respeito daquelas alegações.
Rodrigues - [As denúncias]
foram armação, por isso a empresa quebrou. Ninguém mais
pagou. Foi só isso aí. Mas isso é
coisa do passado, viu? Isso já foi
uma coisa cansativa, destruiu a
empresa, eu não queria tocar
em mais nada disso.
Estou deixando para a Justiça
todas as ações que ganhamos.
Ganhamos tudo. Contra os devedores e contra os que usaram
de má-fé de uma reportagem
sem fundamento, o que foi
provado na Justiça.
Texto Anterior: PF acha depósito da Cpem, pivô de escândalo Próximo Texto: Saiba mais: Casa de câmbio foi acusada no caso PC-Collor Índice
|