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FHC teria achado "graça" de suposta articulação
RENATA GIRALDI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso reagiu ontem às informações de que teria articulado
para aprovar a verticalização das
coligações, favorecendo, em tese,
a candidatura ao Planalto do tucano José Serra.
O governador do Rio Grande do
Norte, Garibaldi Alves (PMDB),
que esteve com FHC ontem, disse
que o presidente achou engraçadas essas especulações.
"O presidente achou muita graça porque há especulações e comentários de que o governo teria
se envolvido nisso [na decisão do
TSE". Na verdade, não existe nada
disso", afirmou Alves, que passou
mais de uma hora reunido com o
FHC para tratar sobre o incentivo
à criação de camarões no Rio
Grande do Norte.
O líder do PSDB no Senado, Geraldo Melo (RN), que também
participou da reunião, disse que
FHC considera cedo para analisar
a quem a decisão favorecerá. "O
presidente falou que não tem ninguém no momento em condições
de dizer que vai beneficiar ou prejudicar quem quer que seja."
Segundo a Folha apurou, porém, FHC chegou a dizer a pelo
menos dois interlocutores que viria um surpresa do Judiciário que
poderia alterar as alianças para a
disputa presidencial.
Oficialmente, o Planalto informou que o presidente não opinaria sobre o assunto ontem porque
não leu a decisão do TSE e só foi
informado pela imprensa.
No dia em que o TSE aprovou a
obrigatoriedade de as coligações
nos Estados seguirem a aliança
presidencial, FHC elogiou a decisão. De Bratislava (capital da Eslováquia), ele disse que, na prática, a
medida dava início à reforma política, o que era "muito bom".
Na ocasião, o presidente afirmou que ainda não havia avaliado
os efeitos da medida. Mas, na sua
opinião, independentemente dos
prejuízos que a decisão viesse a
causar, era necessário analisar se
era bom para o país.
Melo disse que o PSDB está realizando uma avaliação cuidadosa
sobre os efeitos da verticalização
em cada Estado. Segundo ele,
após concluída, haverá uma "radiografia" real a respeito das consequências. Para ele, será impossível reverter a decisão do TSE.
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