São Paulo, sábado, 02 de março de 2002

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FHC teria achado "graça" de suposta articulação

RENATA GIRALDI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso reagiu ontem às informações de que teria articulado para aprovar a verticalização das coligações, favorecendo, em tese, a candidatura ao Planalto do tucano José Serra.
O governador do Rio Grande do Norte, Garibaldi Alves (PMDB), que esteve com FHC ontem, disse que o presidente achou engraçadas essas especulações.
"O presidente achou muita graça porque há especulações e comentários de que o governo teria se envolvido nisso [na decisão do TSE". Na verdade, não existe nada disso", afirmou Alves, que passou mais de uma hora reunido com o FHC para tratar sobre o incentivo à criação de camarões no Rio Grande do Norte.
O líder do PSDB no Senado, Geraldo Melo (RN), que também participou da reunião, disse que FHC considera cedo para analisar a quem a decisão favorecerá. "O presidente falou que não tem ninguém no momento em condições de dizer que vai beneficiar ou prejudicar quem quer que seja."
Segundo a Folha apurou, porém, FHC chegou a dizer a pelo menos dois interlocutores que viria um surpresa do Judiciário que poderia alterar as alianças para a disputa presidencial.
Oficialmente, o Planalto informou que o presidente não opinaria sobre o assunto ontem porque não leu a decisão do TSE e só foi informado pela imprensa.
No dia em que o TSE aprovou a obrigatoriedade de as coligações nos Estados seguirem a aliança presidencial, FHC elogiou a decisão. De Bratislava (capital da Eslováquia), ele disse que, na prática, a medida dava início à reforma política, o que era "muito bom".
Na ocasião, o presidente afirmou que ainda não havia avaliado os efeitos da medida. Mas, na sua opinião, independentemente dos prejuízos que a decisão viesse a causar, era necessário analisar se era bom para o país.
Melo disse que o PSDB está realizando uma avaliação cuidadosa sobre os efeitos da verticalização em cada Estado. Segundo ele, após concluída, haverá uma "radiografia" real a respeito das consequências. Para ele, será impossível reverter a decisão do TSE.



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