São Paulo, sexta-feira, 02 de março de 2007

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Toda Mídia

Nelson de Sá

"Sucesso" e queda

A partir das 18h30, quando o palácio permitiu falar do "café da manhã", os sites destacaram coisas como "Lula afirma que não tentará um terceiro mandato", violência e etanol. O mais engraçado foi, no iG, "Área econômica está blindada pelo sucesso, diz Lula".
Uma hora depois e a Reuters Brasil, entre outros, deu o anúncio pelo Banco Central da "saída do diretor de Política Econômica, por motivos pessoais". O dito "sucesso", no dia seguinte ao PIBinho de 2006, era só conversa -e indica, se tanto, que Henrique Meirelles fica, mas a "era Palocci" dá outro passo para o fim.
Ainda que o "Jornal Nacional" destaque, citando Meirelles, que a política monetária não vai mudar.

SERRA E O BC
A ação no Banco Central foi precedida de críticas pesadas de José Serra, dizendo que "o problema do BC" não é o "conservadorismo", mas sua "ignorância econômica".
No blog de Ancelmo Góis, "outro dia" o governador já teria citado o presidente do BC com a frase "o Meirelles é bancário, não economista".

CIRO E O BC
E ontem o deputado Ciro Gomes, ele também, chamou de "um absurdo" o PIBinho e reclamou, em nova entrevista ao iG, que "há 14 anos o país está amarrado a um modelo que praticamente proíbe de crescer, porque o nosso BC persegue a qualquer custo, sem tratar de qualquer outra questão, a menor inflação".

Claudio Munoz - economist.com/ Reprodução
Bush chega à América Latina, na ilustração da "Economist"

COMBUSTÍVEL POR AMIZADE
Em editorial, a "Economist" diz que George W. Bush deve priorizar o restante da América Latina, não Hugo Chávez, e faz propostas em relação ao Brasil e outros -como "jogar fora tarifas e subsídios a seus fazendeiros de milho", que são "menos eficientes" que os brasileiros.
E na reportagem "Combustível por amizade" (Fuel for Friendship) a revista comemora como "a América e seus vizinhos descobriram um interesse comum" e se lançam à "diplomacia do etanol" (ethanol diplomacy). Avalia que "o acordo entre Mr. Bush e Lula" sobre etanol é "ambicioso" e vai muito além do hemisfério, "cobrindo o mundo".

BILHÕES E BILHÕES
No "café da manhã", Lula avisou que a Petrobras vai atuar no setor para regular exportações. Nas agências Dow Jones e Xinhua, a estatal espalhou a notícia, ligada a acordo com o grupo japonês Mitsui para a construção de oito usinas e "rede de dutos de etanol", em investimentos que passam dos US$ 8 bilhões.

O MOMENTO É AGORA?
Despachos em sites como "Washington Post" dizem que o chanceler Celso Amorim e ministros de EUA e Europa decidiram ontem se reunir no domingo em Londres, sobre a rodada Doha. O embaixador dos EUA no Brasil, antes, no "Valor", comemorava a frase de Bush de que "o momento é agora", para um acordo.

A RECORD VAI BATER A GLOBO?
folha.com.br/Reprodução

A notícia "+ lida" ontem na Folha Online ajuda a entender a Globo e sua prioridade à violência urbana, do "Jornal Nacional" à novela.
No título, "Pela primeira vez, Record se torna vice-líder na TV aberta no país". Na foto que ilustra a página, reproduzida ao lado, a legenda "Cena da novela "Vidas Opostas", sucesso da Record, que já ficou em primeiro no Ibope". "Vidas Opostas" e os telejornais da Record saíram à frente da Globo na exploração da violência, meses atrás.
Enquete no site perguntou se "a Record vai bater a Globo". Para a maioria dos mais de 7.000 votantes, sim.

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@ - Nelson de Sá


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