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01/03/2007
-
19h36
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, Brasília
O Banco Central confirmou nesta noite que Afonso Bevilaqua irá deixar a diretoria de Política Econômica da instituição. Criticado dentro e fora do governo, a saída dele do cargo já era esperada. A função de diretor de Política Econômica será acumulada pelo diretor de Estudos Especiais, Mario Mesquita. Seu nome era cotado para a vaga.
No cargo desde julho de 2003, Bevilaqua era um dos diretores do BC mais criticados pela condução da política monetária, inclusive por membros do próprio governo, que pediam uma redução mais rápida da taxa de juros, hoje em 13% ao ano.
Um dos críticos de Bevilaqua é Paulo Nogueira Batista Jr, economista indicado pelo Ministério da Fazenda para a diretoria executiva do FMI (Fundo Monetário Internacional). Em dezembro de 2005, ele publicou um artigo na Folha de S.Paulo em que questionava o conservadorismo do então diretor. Batista Jr. irá substituir Eduardo Loyo, ex-diretor do BC que ficou pouco mais de dois anos no cargo.
Bevilaqua negou que sua saída tenha relação com o fato de não ter sido indicado para a vaga do FMI.
Não há uma data definida para a transferência do cargo para Mesquita, mas Bevilaqua deverá ficar no BC até a próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) na próxima semana.
Segundo o presidente do BC, Henrique Meirelles, a saída do diretor não altera a política do Banco Central.
"A política do Banco Central não é dependente de um ou de outro diretor. É uma decisão colegiada, tomada sobre critérios técnicos", disse.
Meirelles avaliou como "normal" a saída de seu diretor mais criticado e disse que ele permaneceu no cargo pelo tempo que havia planejado à época em que foi convidado. Ele não comentou as críticas das quais Bevilaqua era alvo.
Questionado se a saída do principal alvo de críticas não faria o "fogo amigo" ir em sua direção, o diretor do BC disse que já estava acostumado com críticas.
"[O fogo amigo] nunca me abandonou...estou brincando. É normal o debate, principalmente em um país que tem histórico de inflação alta e não está acostumado a uma política monetária de sucesso. O importante é que estamos fazendo nosso trabalho com resultados concretos."
Bevilaqua alegou questões pessoais para deixar o cargo e manifestou o desejo antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva definir a composição de seu ministério para o segundo mandato. A expectativa é que apenas após a conclusão da nova equipe de ministros é que os diretores conversariam com o presidente do BC sobre a intenção de ficar ou sair.
Ele negou que tenha recebido qualquer convite para assumir uma função na iniciativa privada. Como membro da diretoria do BC, ele precisa cumprir uma "quarentena" de quatro meses.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Afonso Bevilaqua
Desgastado, Bevilaqua deixa a diretoria do Banco Central
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da Folha Online, Brasília
O Banco Central confirmou nesta noite que Afonso Bevilaqua irá deixar a diretoria de Política Econômica da instituição. Criticado dentro e fora do governo, a saída dele do cargo já era esperada. A função de diretor de Política Econômica será acumulada pelo diretor de Estudos Especiais, Mario Mesquita. Seu nome era cotado para a vaga.
Sérgio Lima/Folha Imagem |
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Criticado dentro e fora do governo, Afonso Bevilaqua deixa o Banco Central |
No cargo desde julho de 2003, Bevilaqua era um dos diretores do BC mais criticados pela condução da política monetária, inclusive por membros do próprio governo, que pediam uma redução mais rápida da taxa de juros, hoje em 13% ao ano.
Um dos críticos de Bevilaqua é Paulo Nogueira Batista Jr, economista indicado pelo Ministério da Fazenda para a diretoria executiva do FMI (Fundo Monetário Internacional). Em dezembro de 2005, ele publicou um artigo na Folha de S.Paulo em que questionava o conservadorismo do então diretor. Batista Jr. irá substituir Eduardo Loyo, ex-diretor do BC que ficou pouco mais de dois anos no cargo.
Bevilaqua negou que sua saída tenha relação com o fato de não ter sido indicado para a vaga do FMI.
Não há uma data definida para a transferência do cargo para Mesquita, mas Bevilaqua deverá ficar no BC até a próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) na próxima semana.
Segundo o presidente do BC, Henrique Meirelles, a saída do diretor não altera a política do Banco Central.
"A política do Banco Central não é dependente de um ou de outro diretor. É uma decisão colegiada, tomada sobre critérios técnicos", disse.
Meirelles avaliou como "normal" a saída de seu diretor mais criticado e disse que ele permaneceu no cargo pelo tempo que havia planejado à época em que foi convidado. Ele não comentou as críticas das quais Bevilaqua era alvo.
Questionado se a saída do principal alvo de críticas não faria o "fogo amigo" ir em sua direção, o diretor do BC disse que já estava acostumado com críticas.
"[O fogo amigo] nunca me abandonou...estou brincando. É normal o debate, principalmente em um país que tem histórico de inflação alta e não está acostumado a uma política monetária de sucesso. O importante é que estamos fazendo nosso trabalho com resultados concretos."
Bevilaqua alegou questões pessoais para deixar o cargo e manifestou o desejo antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva definir a composição de seu ministério para o segundo mandato. A expectativa é que apenas após a conclusão da nova equipe de ministros é que os diretores conversariam com o presidente do BC sobre a intenção de ficar ou sair.
Ele negou que tenha recebido qualquer convite para assumir uma função na iniciativa privada. Como membro da diretoria do BC, ele precisa cumprir uma "quarentena" de quatro meses.
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