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Marina mira mulheres, cristãos e classes C e D
PV traça estratégia para dar visibilidade à senadora em segmentos populares do eleitorado, lembrando infância pobre e católica
Após gravar participações em programas populares na TV, pré-candidata viajará para Nordeste, onde visitará a Feira de Caruaru, em PE
MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL
As classes populares (C e D) e
sobretudo o eleitorado feminino cristão são hoje alvos prioritários do PV na pré-campanha
da senadora Marina Silva (AC)
à Presidência da República.
Coordenadores da pré-campanha constataram que devido
ao altíssimo grau de desconhecimento do eleitorado sobre a
candidatura é necessário aumentar o grau de exposição de
Marina neste segmento, no
qual historicamente a penetração do PV é baixa.
Conforme dados da última
pesquisa Datafolha, de fevereiro, 44% dos entrevistados não
conhecem Marina. Entre os
56% que sabem quem ela é,
30% a conhecem "só de ouvir
falar" e 19% "só conhecem um
pouco". O melhor desempenho
de Marina é entre o eleitorado
com curso superior (13% das
intenções de voto) e o que recebe de cinco a dez salários mínimos (11%). Os piores índices
são justamente entre os eleitores com ensino fundamental
(7%) e rendimentos de até dois
salários mínimos (8%).
A estratégia do PV explica a
participação de Marina na semana passada nos programas
de Ratinho e de Netinho, do
SBT, e ontem à noite no programa católico de Gabriel Chalita,
na TV Canção Nova. Nestes
programas, ela tem falado sobre a biografia, as dificuldades
da infância e adolescência, os
elos com a religião católica
-seu sonho era ser freira -, e
sobre como enfrentou preconceitos de gênero na família.
"Que diferente", reagiu Netinho, no programa Show da
Gente gravado na semana passada, ao saber da ambição juvenil de Marina, hoje evangélica.
A pré-candidata viajará no final do mês a Pernambuco e Rio
Grande do Norte, onde participará de eventos populares, como a Feira de Caruaru. Visitará
ainda Nova Jerusalém e Garanhuns, terra natal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Marina tem bom acesso a
mulheres pobres, um segmento
no qual o PV nunca sonhou
chegar nem perto, se identificam com ela por sua história,
sua vida cristã", disse o vereador Alfredo Sirkis (PV-RJ),
coordenador-geral da pré-campanha. Segundo ele, a candidatura de Marina apresenta potencial de crescimento, especialmente neste segmento. "É
um eleitorado extremamente
fiel, uma vez conquistado. Não
está sujeito às oscilações da
classe média, que tem voto estratégico e volátil", explicou.
Para o ex-deputado Luciano
Zica (PV-SP), responsável pela
definição da agenda da pré-candidata, "Marina tem tudo a
ver com as classes C, D e E". "É
a origem dela", disse. O objetivo
central ao definir a agenda, afirmou Zica, é a necessidade "de
expor Marina ao maior volume
de pessoas, de todas as classes".
"Minha avó sempre dizia: bicho de perna curta corre na
frente", contou Marina, semana passada, ao sair do estúdio
do SBT. Ela disse não ter a mesma exposição midiática que os
rivais Dilma Rousseff (PT) e
José Serra (PSDB). Ao fim do
programa, Netinho disse o que
o PV almeja: "Você é uma grande inspiração para mim e para
quem veio de baixo".
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