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Congresso votará
projetos para subir
salário de servidor
DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em ano eleitoral, o Congresso
corre atrás do tempo para aprovar 13 projetos do Executivo que
alteram carreiras de servidores
públicos, criam empregos e dão
ganhos salariais.
Pelo menos 291.679 funcionários públicos serão beneficiados
com os projetos, que abrangem
diversos setores do governo e terão um impacto já no Orçamento
de 2002 em torno de R$ 200 milhões. O governo federal tem 1,2
milhão de servidores, incluindo
ativos e inativos.
Além da pressão dos servidores
do Executivo, o Ministério Público e o Poder Judiciário também
enviaram projetos que reestruturam carreiras cujo impacto ainda
não foi previsto no Orçamento
deste ano.
Só o projeto do Judiciário vai
significar R$ 3,08 bilhões nos gastos da União. O governo tenta negociar mudanças no texto do projeto para diminuir o impacto nas
contas públicas e estabelecer um
cronograma para implantação do
plano de carreira do Judiciário.
Os projetos precisam ser aprovados até 30 de junho para não ferir a Lei Eleitoral. "Estamos recebendo as pressões e ouvindo a
área técnica do governo", afirmou
o líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP).
Os líderes partidários também
começaram a estudar os projetos
nesta semana para saber os que
podem ser aprovados ainda neste
semestre.
"O governo reclama do aumento de despesa. Pedimos que apresente um quadro para saber o que
corresponde o aumento de cada
categoria", afirmou o líder do PT,
João Paulo Cunha (SP).
Um dos projetos já apresenta
problemas. A proposta que trata
da carreira da seguridade social e
trabalho transfere para o próximo
ano parte do reajuste salarial. A
Lei de Responsabilidade Fiscal veda ao titular do Poder, no caso
Executivo, contrair despesa que
não possa ser cumprida dentro de
sua gestão (artigo 42).
O projeto vai beneficiar 229.071
servidores e fez parte da negociação do governo que pôs fim à greve dos funcionários públicos do
Ministério da Saúde, do INSS
(Instituto Nacional do Seguro Social) e dos fiscais do Trabalho.
Outro projeto que gera dúvidas
é o que cria cargos em comissão
destinados aos ministérios da Justiça, do Meio Ambiente, da Cultura e de Minas e Energia. São criados 340 cargos de DAS (Direção e
Assessoramento Superiores), o
que pode gerar uma despesa de
R$ 11 milhões neste ano. Para o
próximo ano, a previsão de despesa é de R$ 14,5 milhões.
O que a justificativa enviada pelo governo não explica é por que
criar cargos que o próprio governo pode preencher livremente,
sem a necessidade de concurso
público, no final de mandato.
Um outro projeto enviado aumenta o valor dos cargos em comissão. O DAS 6, de maior valor,
sobe dos R$ 6.000 para R$ 7.500.
Esse projeto vai beneficiar 27.340
servidores de cargos em comissão
(40 de natureza especial, 17.948 de
DAS, 3.040 de cargos de direção e
6.312 de funções gratificadas das
universidades federais e 912 cargos comissionados das agências
reguladoras). Para pagar o reajuste, o governo terá de gastar neste
ano R$ 60,4 milhões.
A maioria dos projetos à espera
de votação na Câmara segue a política do governo do presidente
Fernando Henrique Cardoso de
conceder reajustes diferenciados
às categorias e de criar gratificações por desempenho. No caso
dos servidores do Banco Central,
por exemplo, são criadas gratificações de até 50% para procuradores e analistas.
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