São Paulo, domingo, 02 de maio de 2004

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No AM, 3 afastados se mantêm no cargo

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

No Amazonas, três prefeitos eleitos em 2000 foram cassados, mas se mantêm nos cargos por intermédio de liminares obtidas da Justiça. São eles: Hélio Bessa (PTB), de Tefé, Adail Pinheiro (PPS), de Coari, e José Thomé Filho (PPS), de Autazes.
Pinheiro foi eleito pelo PL, e Thomé Filho, pelo PFL. No decorrer do mandato, filiaram-se ao PPS, partido do governador Eduardo Braga, eleito em 2002.
Bessa, de Tefé, foi afastado do cargo pela Câmara Municipal, em 15 de julho de 2003, sob a acusação de malversação de recursos públicos e enriquecimento ilícito.
Vereadores acusam Bessa de ter deixado de pagar funcionários da prefeitura e de desvio de dinheiro do fundos federais.
O prefeito entrou com mandado de segurança no TJ (Tribunal de Justiça) do Amazonas, e, três dias após a cassação, uma liminar o reconduziu ao cargo. Os desembargadores ainda não julgaram o mérito da questão, pois cinco deles se declararam impedidos.
O prefeito, por sua vez, ingressou com uma ação no STJ (Superior Tribunal de Justiça) de suspeição dos desembargadores, o que protela a decisão final.
Bessa nega as acusações contra ele. "Fui eleito pelo povo e vou mostrar que cumprirei o mandato até o fim porque não existem provas. É tudo armação política."
Pinheiro, de Coari, foi cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 27 de novembro de 2003, sob a acusação de compra de votos e abuso do poder econômico. Ficou afastado por cerca de 45 dias. Obteve, então, no STF decisão que o mantém no cargo até que o tribunal julgue o caso.
Segundo o processo julgado pelo TSE, Pinheiro forçou jogadores do time de futebol que leva o nome da cidade, Coari, a declarar voto nele. O time é financiado pelo município. A Agência Folha não conseguiu contato com o prefeito. Em outras vezes, Pinheiro negou as acusações e disse que sofre perseguição política.
Thomé Filho, de Autazes, foi cassado em 16 de agosto de 2002 pelo TRE, acusado de compra de votos. No mês seguinte, o próprio TRE concedeu liminar reconduzindo o prefeito ao cargo. O processo ainda corre no tribunal.


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